Navio que tinha como destino Moçambique atracou no porto da capital do Líbano devido a problemas mecânicos e a sua carga - 2.750 toneladas de nitrato de amónio - foi armazenada. Empresa diz que nunca foi notificada sobre a operação.
A Cornelder, empresa gestora do porto da Beira, disse hoje à Lusa que nunca foi notificada sobre a operação de um navio com 2.750 toneladas de nitrato de amónio com destino a Moçambique, carga que poderá ter provocado explosões no Líbano.
"Normalmente, antes de receber um navio, nós somos notificados. Neste caso, nunca recebemos nenhuma notificação de um navio que vinha ao porto da Beira com essas caraterísticas e carga", disse à Lusa António Libombo, diretor-executivo adjunto da Cornelder, concessionária do Porto da Beira desde 1998.
Com base nos cadastros dos navios e nos calendários portuários, a Associated Press especulou que o navio que transportava nitrato de amónio, carga que terá provocado explosões no porto de Beirute, tinha como destino Moçambique, tendo atracado no porto da capital do Líbano, Beirute, devido a problemas mecânicos, em 2013.
Um artigo escrito em outubro 2015 na publicação especializada em navegação shiparrested.com também indicava que o navio tinha como destino o porto da Beira, mas terá atracado no porto de Beirute devido a problemas mecânicos, tendo a carga sido confiscada e armazenada por vários anos na capital libanesa.
A Lusa contactou também o Ministério dos Transportes e Comunicações moçambicano, que disse igualmente não ter sido informado sobre um navio com estas características naquele ano.
Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando mais de uma centena de mortos e mais de 4.000 feridos, segundo o último balanço feito pela Cruz Vermelha.
Até 300.000 pessoas terão ficado sem casa devido às explosões, segundo o governador da capital do Líbano, Marwan Abboud.
As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesa.
Nitrato de amónio responsável por explosões em Beirute tinha sido confiscado em 2013
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.
Identificar todas as causas do grave acidente ocorrido no Ascensor da Glória, em Lisboa, na passada semana, é umas das melhores homenagens que podem ser feitas às vítimas.
O poder instituído terá ainda os seus devotos, mas o desastre na Calçada da Glória, terá reforçado, entretanto, a subversiva convicção de que, entre nós, lisboetas, demais compatriotas ou estrangeiros não têm nem como, nem em quem se fiar