Ruptura de duas barragens da mineira Samarco espalhou resíduos tóxicos e matou 19 pessoas. 400 famílias foram afectadas.
O maior desastre ambiental no Brasil, que causou 19 mortos após a ruptura de duas barragens da mineira Samarco que espalhou resíduos tóxicos, completou três hoje com cerca de 400 famílias afectadas, promessas por cumprir e acusados sem condenação.
No dia 5 de Novembro de 2015 duas barragens de extracção de minérios da Samarco, uma 'joint-venture' da mineira brasileira Vale e da australiana BHP Billiton, romperam gerando uma onda de sete milhões de metros cúbicos de resíduos minerais (níquel, ferro e sílica).
As substâncias foram misturadas com 55 milhões de metros cúbicos de água e inundaram um bairro do município de Mariana, causando danos irreparáveis nesta pequena cidade do estado brasileiro de Minas Gerais.
A catástrofe resultou em 19 mortes, principalmente na própria região onde se localizavam as barragens e em Bento Rodrigues, um município que desapareceu do mapa, afectando também 650 quilómetros do rio Doce, um dos mais longos do país.
Três anos depois, muitas famílias das vítimas da tragédia ainda não receberam compensação, a reconstrução das casas das cerca de 400 famílias afectadas ainda não começou e as investigações sobre quem foram os responsáveis pelo acidente continuam sem que haja nenhuma condenação.
Segundo a Agência Brasil, o cronograma de reconstrução divulgado há dois anos pelas empresas envolvidas ainda está atrasado.
Embora as licenças de construção já estejam disponíveis e a abertura de estradas esteja em andamento, ainda é necessário implementar a rede de drenagem e a pavimentação, obras que devem ser concluídas em cerca de 22 meses e cuja entrega está prevista para Agosto de 2020.
Uma das promessas da Fundação Renova, responsável pela recuperação da área afetada, é empregar cerca de 80% dos trabalhadores locais nas obras e estima-se que até meados do próximo ano sejam contratadas cerca de 2 mil pessoas.
Em Junho passado, a Vale e a BHP Billiton assinaram um acordo com as autoridades brasileiras para reparar os danos causados pela catástrofe.
O acordo prevê a extinção de acções judiciais abertas contra a Samarco, incluindo acções cíveis públicas movidas pelo Governo brasileiro, que reivindicavam o pagamento de 20 mil milhões de reais (4,7 mil milhões de euros) em indemnizações.
Grande parte dos demais processos que corre em outros tribunais civis e exigem uma indemnização total de 155 mil milhões de reais (36,7 mil milhões de euros) deve acabar, já que o acordo da empresa com as autoridades brasileiras prevê o arquivamento.
Outras acções continuarão suspensas até que seja aferido se os programas de reparações implementados na área serviram para mitigar os danos às partes afectadas.
Maior desastre ambiental do Brasil completa três anos sem punições
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.