Primeiro-ministro canadiano pode tornar-se no primeiro chefe de governo canadiano apoiado por uma maioria parlamentar a falhar a reeleição desde 1935 nas eleições que se realizam segunda-feira.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, corre o risco de perder a maioria nas legislativas de segunda-feira, tornando-se o primeiro chefe de governo canadiano apoiado por uma maioria parlamentar a falhar a reeleição desde 1935.
Para analistas, o líder do Partido Liberal, 47 anos, é "vítima" de uma combinação de polémicas em sua volta e das elevadas expetativas que criou.
Em setembro, fotografias de Trudeau com a cara pintada de preto, numa, de castanho, noutra, suscitaram forte polémica, a mais recente de uma série envolvendo situações mais graves, como a revelada no princípio do ano pela anterior procuradora-geral, que disse ter sido pressionada pelo primeiro-ministro para não avançar com um processo contra uma empresa do Quebeque.
"Não penso que ele seja completamente rejeitado, só que não é visto com o interesse, como o líder, se quiserem, que as pessoas queriam e esperavam", explicou à Associated Press o professor de história canadiana e relações internacionais da Universidade de Toronto Robert Bothwell.
O principal adversário de Trudeau, o líder do Partido Conservador, Andrew Scheer, 40 anos, é um político de carreira descrito pelos seus próximos como brando e reservado, traço que pode agradar aos eleitores mais cansados do fulgor de Trudeau.
Scheer, de 40 anos, acusa Trudeau de falsidade e critica-o por não ser sequer capaz de dizer quantas vezes pintou a cara de escuro.
Promete eliminar a taxa de carbono e reduzir a despesa pública, incluindo a ajuda externa, 25%.
Mas Scheer também tem tido percalços, tendo sido criticado por "embelezar" o currículo e por ter dupla nacionalidade canadiana e norte-americana, como foi revelado este mês pelo jornal Globe and Mail.
Em 2015, Justin Trudeau reafirmou a identidade liberal do país depois de quase 10 anos de governo conservador e é considerado pelos liberais como uma luz de esperança na era Trump, sobretudo desde que Trudeau apareceu na capa da revista Rolling Stone sob o título "Porque não pode ser ele o nosso Presidente?".
O ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama manifestou publicamente o seu apoio, apelando aos canadianos que reelejam Trudeau, um "líder eficaz e trabalhador" e "um progressista", que não foge de "grandes questões como as alterações climáticas".
Trudeau tem defendido a diversidade e a igualdade de género e o seu governo reflete-o: metade dos membros do executivo são mulheres, dois ministros são de ascendência ‘sikh’ e o ministro da Imigração é um refugiado nascido na Somália.
Os esforços de Trudeau para encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento económico e a defesa do ambiente tem sido criticada tanto à direita como à esquerda, porque se por um lado adotou o imposto sobre o carbono, por outro recuperou um projeto estagnado para a expansão do oleoduto de Alberta.
Aquele que é considerado o seu maior feito é o acordo de comércio livre com os Estados Unidos.
Andrew Scheer defende valores bem diferentes: fiscalmente prudente, pessoalmente contra o aborto e contra a legalização da ‘cannabis’ (que Trudeau legalizou).
Quando falta um dia para as eleições, todas as sondagens apontam para que nem Liberais nem Conservadores obtenham a maioria absoluta.
O cenário mais provável é a de que venha a ser formado um governo minoritário, que terá de contar com alianças de pequenos partidos.
A câmara baixa do parlamento do Canadá é composta por 338 deputados. Para ter a maioria absoluta, um partido tem de eleger pelo menos 170 deputados.
Um governo de coligação é teoricamente possível, mas improvável, dado não fazer parte da tradição e cultura política canadiana.
Justin Trudeau em risco de perder maioria nas legislativas no Canadá
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