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Covid-19: Procuradores interrogam primeiro-ministro italiano por atraso no isolamento de duas cidades

12 de junho de 2020 às 11:51
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Especialistas dizem que o atraso de duas semanas na quarentena em Alzano e Nembro permitiu a propagação do vírus em Bergamo, que registou um aumento de 571% no excedente de mortes em março em comparação com a média dos últimos cinco anos.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, está a ser interrogado por procuradores que investigam o facto de duas cidades na província de Bergamo, na Lombardia, não terem sido isoladas no início do surto do novo coronavírus em Itália.

Médicos e virologistas disseram que o atraso de duas semanas na quarentena em Alzano e Nembro permitiu a propagação do vírus em Bergamo, que registou um aumento de 571% no excedente de mortes em março em comparação com a média dos últimos cinco anos.

A procuradora-chefe Maria Cristina Rota chegou com uma equipa de assessores na manhã de hoje ao escritório do primeiro-ministro em Roma, o Palácio Chigi.

Além de Conte, a procuradora deve questionar os ministros da Saúde e do Interior de Itália.

A Itália registou o seu primeiro caso de infeção local pelo novo coronavírus em 21 de fevereiro na província de Lodi, na Lombardia, e 10 cidades da província foram imediatamente bloqueadas para tentar conter a propagação do vírus.

Alzano e Nembro registaram os seus primeiros casos dois dias depois, em 23 de fevereiro, mas o Governo não os colocou em quarentena por duas semanas até que toda a Lombardia fosse fechada em 07 de março.

Conte disse ao jornal La Stampa que agia com base na "ciência e consciência".

Itália registou um total de 236.142 infetados com covid-19 e 34.167 vítimas mortais desde que começou a pandemia no país, a 21 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 418 mil mortos e infetou mais de 7,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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