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"Carnificina": Boris Johnson afasta 11 ministros de Theresa May

Numa remodelação que a imprensa internacional classifica de "carnificina", o novo primeiro-ministro britânico despediu mais de metade dos ministros de Theresa May. Esta quinta-feira, vai fazer uma declaração ao parlamento.

Numa remodelação que a imprensa internacional descreve como "carnificina", novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, despediu 11 ministros de Theresa May. Esta quinta-feira, Johnson vai fazer uma declaração ao parlamento, depois da reunião que decorre esta manhã com o novo governo.

O jornal The Times descreve o despedimento dos ministros de May como uma "tarde de carnificina" e "o mais brutal purgatório do governo na história política moderna", enquanto o Daily Telegraph qualificou a remodelação governamental de "massacre político" e uma "transição de perder o fôlego".

Por sua vez, o Daily Mail fala de um "massacre" e um "banho de sangue de Boris", enquanto que o Daily Express afirma que o primeiro-ministro fez uma "limpeza histórica" e iniciou uma "nova era" no Reino Unido.

"Johnson implacável vinga-se" é a manchete do The Guardian, que descreve a saída de alguns dos ministros como uma "limpeza impiedosa" dos detratores, do novo primeiro-ministro, no gabinete da Sra. May.

O Financial Times considera que Boris Johnson "rasgou" o executivo anterior e colocou no seu lugar uma formação "hardcore" de ‘brexiteers', o nome dado aos defensores da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

O novo primeiro-ministro rodeou-se sobretudo de eurocéticos convictos, a quem distribuiu as pastas mais importantes, dando um sinal de que a prioridade é sair UE a 31 de outubro, com ou sem acordo.  

Entre as escolhas de Boris Johnson está o próprio irmão, Jo Johnson, que vai desempenhar o cargo de secretário de Estado em dois ministérios: Economia e Educação.

Congratulations to @JoJohnsonUK, who has been appointed Minister of State at @beisgovuk and @educationgovuk.

Jo will also attend Cabinet. pic.twitter.com/M0WgI6N8En

Congratulations to @SajidJavid, who has been appointed Chancellor of the Exchequer. pic.twitter.com/cPeNdtItDf

Sajid Javid foi até agora ministro do Interior, pasta atribuída a Priti Patel, 47 anos, ultra-eurocética e antiga ministra para o Desenvolvimento Internacional que foi despedida por Theresa May em 2017 por ter encontros sem autorização com dirigentes políticos durante umas férias em Israel.

Congratulations to Priti Patel (@patel4witham), who has been appointed Home Secretary. pic.twitter.com/yggnfto97n

Para ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson escolheu outro eurocético, Dominic Raab, advogado de 45 anos que tem defendido a suspensão do parlamento para conseguir implementar o ‘Brexit' sem ser bloqueado pelos deputados.

Congratulations to @DominicRaab, who has been appointed Foreign Secretary. pic.twitter.com/cSwAdYNDjK

Outros membros eurocéticos incluem o ministro para o ‘Brexit', Steve Barclay, a ministra da Economia, Andrea Leadsom, a ministra do Ambiente, Theresa Villiers, e o ministro para a Escócia, Alister Jack.

Congratulations to @SteveBarclay, who has been appointed Brexit Secretary. pic.twitter.com/avLF9Iayod

Já o deputado Jacob Rees-Mogg, um eurocético que conspirou uma moção de censura interna a Theresa May e se opôs energicamente ao acordo de saída da UE negociado pelo anterior governo, vai ser Ministro dos Assuntos Parlamentares.

De fora do governo algumas das figuras mais experientes do partido, como o anterior ministro da Economia Greg Clark e o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Jeremy Hunt, o qual terá recusado ficar com a pasta da Defesa, removida a Penny Mordaunt.

Mordaunt e o antigo ministro do Comércio Liam Fox foram dois eurocéticos afastados por terem sido leais a Theresa May e apoiantes de Hunt na eleição para a liderança do partido Conservador, que Boris Johnson ganhou.

Ainda assim, Boris Johnson manteve no executivo alguns conservadores pró-europeus, mas em pastas consideradas menos críticas para o processo do ‘Brexit', como a ministra do Trabalho, Amber Rudd, e o ministro da Saúde, Matt Hancock.

Congratulations to @MattHancock, who has been appointed Health Secretary. pic.twitter.com/ZzfToF6Z7j

A imprensa britânica refere ainda que para assessores, Boris Johnson recrutou muitos dos operacionais da campanha "Vote Leave" [Vota Sair], que promoveu o ‘Brexit' no referendo de 2016 que ditou a saída britânica da UE, incluindo o diretor Dominic Cummings para chefe de gabinete.

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