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Trump condena decisão do Twitter e estuda criar plataforma própria

09 de janeiro de 2021 às 08:59

Para a rede social, os dois últimos tweets estavam a ser interpretados como "um recuo em relação ao compromisso prévio" de uma "transição pacífica", podendo "encorajar quem possa estar a considerar atos violentos [ao deixar claro] que a investidura será um objetivo 'seguro'" por Trump não estar presente.

O Presidente cessante dos Estados Unidos condenou a decisão da rede social Twitter de suspender permanentemente a sua conta e disse estar a estudar a criação de uma plataforma própria para difundir mensagens sem filtros.

"Calaram-me a mim e a vós, os 75 milhões de grandes patriotas que votaram em mim", declarou Donald Trump, na sexta-feira, numa mensagem na conta da Presidência dos Estados Unidos no Twitter (@POTUS).

Esta mensagem deixou de estar visível quase imediatamente após a publicação, mas a Casa Branca distribuiu também um comunicado.

Trump recorreu à conta da Presidência dos Estados Unidos depois de o Twitter ter suspendido a conta pessoal (@realDonaldTRump) permanentemente na sexta-feira, dois dias após o ataque ao Capitólio pelos apoiantes do republicano, devido ao risco "de um novo incitamento à violência".

Em relação à mensagem a condenar a decisão do Twitter, um porta-voz da empresa indicou que ser "contra as regras" utilizar uma outra conta para evitar a suspensão.

"Por isso, (...) vamos tomar medidas para limitar a utilização" das contas governamentais como @POTUS e @WhiteHouse [conta da Casa Branca], que "não serão suspensas permanentemente", precisou.

"Previ que isto iria acontecer", denunciou o Presidente cessante, anunciando estar a "estudar a possibilidade" de criar uma "plataforma própria".

"Não nos calarão", garantiu Trump, que divulgou mais de 55 mil mensagens ao longo de mais de 11 anos e que contava com 89 milhões de seguidores no Twitter.

A suspensão definitiva da conta de Donald Trump no Twitter foi decidida depois de uma "revisão minuciosa" das duas últimas mensagens do Presidente cessante norte-americano, nas quais defendia os eleitores e anunciava que não assistiria à cerimónia de posse do Presidente eleito, o democrata Joe Biden, em 20 de janeiro.

Para a rede social, estas mensagens estavam a ser interpretadas nas redes sociais como "um recuo em relação ao compromisso prévio" de uma "transição pacífica", podendo "encorajar quem possa estar a considerar atos violentos [ao deixar claro] que a investidura será um objetivo 'seguro'" por Trump não estar presente.

A decisão do Twitter não é única, com as redes sociais Facebook e Instagram a bloquearem o acesso de Trump às contas pelo menos até à investidura de Biden. Já o Twitch e Snapchat desativaram as contas indefinidamente.

Muitos apoiantes de Trump difundem cada vez menos mensagens no Twitter e cada vez mais numa rede social alternativa recentemente criada, chamada Parler, cuja aplicação foi já eliminada da loja virtual do Google, na sequência da invasão do Capitólio, no qual morreram cinco pessoas e 13 polícias ficaram feridos.

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