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Suécia doa quase 3 milhões de euros para implementação de acordo de paz em Moçambique

30 de novembro de 2020 às 16:36

"Este apoio visa contribuir para um futuro de paz e reconciliação em Moçambique sem o ressurgimento das hostilidades militares entre o Governo e a Renamo." A Suécia é o 10.º contribuinte ao fundo comum, depois da Suíça, União Europeia, Irlanda, Canadá, Noruega, Reino Unido, Holanda, Alemanha, Finlândia e Botswana.

A Suécia vai desembolsar 30 milhões de coroas suecas (quase três milhões de euros) para apoiar a implementação do Acordo de Paz e Reconciliação em Moçambique, anunciou esta segunda-feira em comunicado a embaixada sueca em Maputo.

"Com este apoio esperamos contribuir para uma implementação sustentável do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo", referiu Mette Sunnergren, embaixadora da Suécia em Moçambique, citada na nota.

O acordo de paz em Moçambique foi assinado em agosto de 2019 pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e pelo presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), prevendo, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.

"Este apoio visa contribuir para um futuro de paz e reconciliação em Moçambique sem o ressurgimento das hostilidades militares entre o Governo e a Renamo", afirmou-se no documento, acrescentando que a Suécia torna-se, assim, no 10.º contribuinte ao fundo comum, depois da Suíça, União Europeia, Irlanda, Canadá, Noruega, Reino Unido, Holanda, Alemanha, Finlândia e Botswana.

Os últimos dados do enviado pessoal do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Moçambique, Mirko Manzoni, indicavam que até outubro 25% dos 5.221 guerrilheiros da Renamo tinham sido desmobilizados, tendo sido encerradas várias bases militares daquela formação no centro de Moçambique.

Apesar de progressos registados no processo, um grupo dissidente da Renamo (autoproclamado como Junta Militar) contesta a liderança do partido e o acordo de paz, sendo acusado de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estradas da região centro do país.

Os ataques armados atribuídos ao grupo, liderado por Mariano Nhongo, ex-dirigente de guerrilha, têm afetado as províncias de Manica e Sofala e já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde agosto do ano passado, em estradas e povoações locais.

O grupo exige novas condições de reintegração e a demissão do atual presidente do partido, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado o processo negocial dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico que morreu em maio de 2018.

Em outubro, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, decretou uma trégua na perseguição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) à Junta Militar da Renamo durante sete dias, mas tentativas de aproximação para um diálogo fracassaram, com as duas partes a trocarem acusações.

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