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Sudão: paramilitares dizem ter tomado palácio presidencial e aeroporto

Márcia Sobral , Lusa 15 de abril de 2023 às 12:37

Locais relatam ter ouvido tiroteios em várias partes da cidade e várias equipas de socorro referem, sem avançar números, que há registo de civis feridos.

As forças paramilitares do Sudão (RSF) dizem ter assumido, este sábado, o controlo do Palácio Presidencial, da residência do Chefe do Exército e do aeroporto internacional de Cartum.

REUTERS/Umit Bektas

Segundo avança a Reuters, trata-se de uma aparente tentativa de golpe de Estado que surge depois de o RSF e do exército sudanês se acusarem mutuamente de atacarem as respetivas unidades.

Num primeiro comunicado, as RSF acusaram o exército de esta manhã ter atacado o seu quartel-general no campo Soba, em Cartum, numa ação descrita como um "ataque brutal". 

Sitiaram "as forças presentes para as atacar com todo o tipo de armas pesadas e ligeiras", segundo um comunicado do grupo liderado pelo vice-presidente do Conselho Soberano e número dois do exército, Mohamed Hamdan Dagalo.

As RSF apelaram à união num "momento histórico crítico" e "ao povo sudanês e à opinião pública internacional e regional para que condenem este comportamento cobarde".

Já o porta-voz do exército sudanês, Nabil Abdullah, disse à rádio oficial Omdurman que foram as RSF a iniciar as hostilidades.

"As Forças de Apoio Rápido atacaram as nossas forças em vários locais, o que exigiu uma resposta", afirmou, sem dar mais pormenores.

De acordo com a imprensa internacional, vários locais relatam ter avistado uma aeronave militar a sobrevoar Cartum este sábado e ouvido, nas últimas horas, tiroteios em várias partes da cidade.

As estradas que conduzem ao Palácio da República terão sido encerradas com veículos blindados e várias equipas de socorro relatam que os confrontos ocorreram em bairros presidenciais havendo registo de civis feridos.

Há dois dias, o exército tinha alertado para uma "conjuntura perigosa" que poderia levar a um conflito armado, depois de unidades do RSF, o grupo paramilitar mais poderoso do Sudão, terem sido mobilizadas em Cartum e noutras cidades.

Os confrontos deixam assim o Sudão numa situação ainda mais frágil, com potencial para uma escalada de violência e uma deterioração da situação financeira do país. 

Até ao momento, vários partidos civis já assinaram um acordo onde pediam o fim dos confrontos e o apoio internacional. A embaixada da Rússia e dos Estados Unidos também já apelaram ao fim da violência.

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