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Rússia descarta cessar-fogo no Natal

Leonor Riso 15 de dezembro de 2022 às 11:01

Donetsk e Kherson sofreram pesados bombardeamentos esta quinta-feira. Rússia diz ainda ter recebido um pedido de desculpas do Vaticano.

A Rússia não prevê o cumprimento de um cessar-fogo durante o Natal, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
"Não, não recebemos essas ofertas de ninguém. Este tópico não se encontra na agenda", afirmou ao ser questionado esta quarta-feira. 

Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS

24 horas depois, as forças ucranianas bombardearam a cidade de Donetsk, no que foi descrito pela Rússia como o maior ataque desde 2014, quando se deu a anexação da Crimeia e começou a guerra no Donbass. Alexei Kulemzin, o presidente da câmara de Donetsk  instalado pelos russos, disse terem sido disparados 40 rockets. De acordo com o oficial russo, os ataques foram dirigidos a civis. 

Em Kherson, ataques russos mataram duas pessoas. Kyrylo Tymoshenko, vice-diretor de gabinete de Zelensky, adiantou que os mortos foram atingidos a 100 metros do edifício da administração regional. 

Esta semana, Volodymyr Zelensky disse que a Rússia devia começar a retirada no Natal para acabar o conflito, algo rejeitado por Moscovo. A Rússia defende que a Ucrânia deve aceitar a perda de território antes de qualquer progresso. Além de ter anexado a Crimeia, a Rússia realizou referendos não reconhecidos pelo Ocidente acerca da anexação de Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson. 

Esta quinta-feira, Maria Zakharova, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia alegou que o Vaticano emitiu um pedido de desculpas devido aos comentários do Papa Francisco, que em novembro afirmou que alguns grupos de minorias étnicas eram os combatentes "mais cruéis" do conflito. Maria Zakharova disse que o assunto estava encerrado e esperava um diálogo construtivo entre o país e o Vaticano. 

Numa entrevista à revista jesuíta America, o Papa Francisco afirmou que "geralmente, os mais cruéis são talvez os que são da Rússia mas não de tradição russa, como os chechenos, os buryats e por aí diante". "Quem invade é o estado russo", concretizou. 

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