Rússia avisa G7 que pode confiscar bens ocidentais
Após os Estados Unidos terem sugerido confiscar cerca de 270 mil milhões de euros russos que estão bloqueados no Ocidente e entregá-los à Ucrânia, o Kremlin garante que tem capacidades para responder na mesma moeda.
O Kremlin alertou esta sexta-feira que já tem uma lista de ativos norte-americanos e europeus que serão confiscados se os líderes do G7 decidirem ficar com 270 mil milhões de euros de reservas do banco central russo que se encontram atualmente congelados.
Os líderes dos sete países mais industrializados vão considerar uma nova possibilidade jurídica que pode permitir a apreensão de bens russos congelados durante a sua próxima reunião, a 24 de fevereiro. A proposta terá sido apresentada pelos Estados Unidos e apoiada pelo Reino Unido, Japão e Canadá, avançou oFinancial Timesque refere também que a Alemanha, França, Itália e UE já colocaram algumas reservas quanto à legalidade do confisco dos bens.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, considerou que a medida seria o equivalente a um "roubo" e violaria o direito internacional prejudicando as reservas, o sistema financeiro global e a economia mundial. O responsável garantiu: "Será um golpe significativo nos principais parâmetros da economia internacional, irá minar a economia internacional e a confiança dos outros países nos Estados Unidos e na União Europeia como garantes económicos. Portanto tais ações estão repletas de consequências muito, muito graves".
Caso a medida se venha a confirmar, a Rússia detém já uma lista específica de bens ocidentais que podem ser confiscados por retaliação. Porém, Dmitry Peskov recusou avançar que ativos específicos se encontram nessa lista.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, que os Estados Unidos e os seus aliados proibiram as transações com o banco central e o Ministério das Finanças da Rússia, bloqueando cerca de 270 mil milhões de euros em ativos russos no Ocidente, que agora poderiam ser confiscados.
A legalidade da medida tem deixado algumas dúvidas e a Rússia já garantiu que vai contestar qualquer apreensão nos tribunais internacionais. Ainda assim, os EUA defendem que a guerra na Ucrânia também é uma guerra ilegal pelo que o dinheiro russo congelado deveria ser dado a Kiev para a reconstrução no pós-guerra ou até para combater as forças russas.
O G7 conta com a participação dos Estados Unidos da América, Alemanha, Canadá, Itália, França, Japão e Reino Unido, tendo ainda a representação da União Europeia.
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