Quem substitui o Papa em caso de doença?

Apesar de as regras "não estarem escritas, os costumes antigos" indicam claramente como se deve atuar neste tipo de casos, explica à SÁBADO um especialista em Direito Canónico. "O Vaticano e a Igreja Católica têm muita experiência em lidar com a saúde de Papas. Imagine-se que o Papa entra em coma e há uma missa ou uma celebração. Quem decide a sua substituição é o cardeal Pietro Parolin. O cardeal Pietro é o número dois da Igreja e o grande representante do Papa na vida externa do Vaticano. É ele que vai às reuniões de topo."

O cardeal Pietro Parolin, de 70 anos, é o secretário de Estado da Santa Sé. De acordo com a mesma fonte ouvida pela SÁBADO, o Papa não terá substituto em todas as cerimónias. "Há coisas para as quais o Papa não pode ser substituído. Esta semana, por exemplo, o Papa tinha duas audiências por causa do Jubileu: uma na quarta-feira e uma ao sábado. Nestes casos, ninguém o vai substituir." Segundo os media italianos, ambas as audiências foram canceladas. 

Quanto à Santa Missa por ocasião do Jubileu dos Diáconos, prevista para as nove horas de 23 de fevereiro na Basílica de São Pedro, será celebrada pelo arcebispo Rino Fisichella, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização. Já o Angelus, previsto para as 12 horas, deverá ser cancelado à semelhança do que ocorreu no dia 16 de fevereiro. 

No caso mais extremo, de morte de um Papa, as regras são bastante claras: durante o tempo em que o cargo se encontra vago, o poder é confiado ao Camerlengo da Santa Igreja Romana. Esse cardeal, escolhido de antemão pelo Pontífice, assume então o comando da Igreja até à eleição de um novo Papa. Atualmente, o cargo está entregue ao cardeal norte-americano Kevin Farrell.

"A missão de cuidar e administrar os bens e os direitos temporais da Sé Apostólica, durante o tempo em que esta permanece vacante, é confiada ao Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana. Caso esteja impedido, a função será assumida pelo Vice-Camerlengo", Ilson de Jesus Montanari, lê-se no site da Santa Sé.

Há já pelo menos dois anos que o Papa Francisco apresenta um quadro clínico bastante fragilizado. O Sumo Pontífice, de 88 anos, foi diagnosticado com uma "infeção polimicrobiana" e no passado domingo, a missa teve de ser assumida pelo Cardeal Tolentino de Mendonça.

Em 2024, o Papa Francisco teve uma bronquite em janeiro, março e novembro.

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