Prigozhin: "Não marchámos para depor o governo russo"
O fundador do grupo Wagner afirmou que a marcha até Moscovo mostrou graves "problemas de segurança na Rússia". É a primeira vez que fala desde que anunciou o fim da marcha.
O fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, veio a público explicar o início de motim e sequente retirada deste fim-de-semana. Afirmou que nunca foi o objetivo depor o governo russo, mas sim protestar contra a forma como está a ser liderada a guerra na Ucrânia. "Não queríamos derramar sangue russo."
Prigozhin assegurou, numa mensagem áudio gravada no Telegram, que o objetivo não era depor o governo russo. E afirmou que a "marcha pôs a nu problemas de segurança na Rússia".
"Começámos a nossa marcha devido a injustiças que nos fizeram. Não agredimos ninguém e fomos alvos de mísseis e de helicópteros de combate", referiu o oligarca, citado pela agência Reuters, avançando que foi este ataque que espoletou a marcha em direção a Moscovo.
Prigozhin disse ainda que com esta marcha tentaram fazer com que os responsáveis russos que erraram "na operação militar especial na Ucrânia" fossem chamados a responder pelos seus erros.
O chefe do grupo mercenário referiu que nenhum dos membros das forças Wagner assinou qualquer tipo de contrato com o ministério da defesa russo.
Yevgeny Prigozhin justificou a revolta armada com a falta de liderança de Shoigu e do chefe do Estado-Maior, Valeri Gerasimov, na Ucrânia, acusando-os de serem culpados pela morte de cerca de "100 mil soldados russos".
Prigozhin suspendeu no sábado as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia. Antes da suspensão, o presidente da rússia, Vladimir Putin, qualificou a ação do grupo como uma rebelião, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição.
Prigozhin acusara antes o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia. As acusações de Prigozhin expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia Ao fim do dia, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
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