Secções
Entrar

Pequim recebe Lula e outros líderes latino-americanos para reforçar laços contra Trump

Lusa 12 de maio de 2025 às 08:04

Desde que regressou ao poder, no início de 2023, o presidente do Brasil tem trabalhado para melhorar as relações do país tanto com Pequim como com Washington.

Pequim recebe esta segunda-feira, 12, vários líderes latino-americanos, a começar pelo Presidente do Brasil, na véspera de um fórum diplomático que visa reforçar as relações com a região, face às tensões comerciais com Washington.

Sergei Bobylev/ AP

Alguns líderes latino-americanos já estão na China, como Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou à capital no sábado para uma visita de Estado de cinco dias.

Desde que regressou ao poder, no início de 2023, o líder de 79 anos tem trabalhado para melhorar as relações do país tanto com Pequim como com Washington.

Símbolo das fortes relações bilaterais, as exportações brasileiras para a China ultrapassaram 94 mil milhões de dólares (83,7 mil milhões de euros) em 2024, segundo dados das Nações Unidas.

Como potência agrícola na América do Sul, o Brasil exporta principalmente soja e outras matérias-primas para a China. No sentido contrário, o gigante asiático vende semicondutores, telefones, veículos e medicamentos.

Já hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, conversou em Pequim com o homólogo cubano, Bruno Rodriguez Parrilla.

O gigante asiático intensificou a cooperação económica e política com os países da América Latina nos últimos anos e espera que estes unam forças face à imposição de tarifas às importações pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Uma aproximação que será celebrada na terça-feira com a abertura em Pequim da cimeira entre a China e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC), uma organização intergovernamental regional.

O encontro constitui-se como uma oportunidade para avaliar as relações entre os dois blocos, no contexto da guerra comercial lançada por Trump e da pressão de Washington para conter a influência de Pequim na América Latina.

Dois terços dos países latino-americanos já aderiram à Uma Faixa, Uma Rota, o principal programa de construção de infraestruturas comerciais da China (pontes, aeroportos, portos, estradas), realizado sobretudo nos países em desenvolvimento.

Num sinal do crescente peso do gigante asiático, a China suplantou os Estados Unidos como principal parceiro comercial de países como o Brasil, Peru e Chile.

Outros participantes esperados no fórum China-CELAC incluem o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o Presidente do Chile, Gabriel Boric.

Na semana passada, Gustavo Petro anunciou que iria assinar, durante a viagem à China, uma carta de intenções para que o país se juntasse à Uma Faixa, Uma Rota.

O líder chinês, Xi Jinping, também deverá discursar na abertura do fórum China-CELAC, na terça-feira.

O ministro assistente dos Negócios Estrangeiros chinês, Miao Deyu, disse no domingo que Pequim "sempre abordou o desenvolvimento das relações China-América Latina numa perspetiva estratégica e de longo prazo".

"Os povos da América Latina e das Caraíbas pretendem construir o seu próprio destino, não servir de quintal a nenhum país", disse Miao, numa referência aos Estados Unidos.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela