Secções
Entrar

Pelo menos cem pessoas mortas desde o "cessar-fogo" para Gaza

Diogo Barreto 24 de outubro de 2025 às 07:00

Israel e Hamas trocam acusações de violação do acordo de cessar-fogo e entretanto continuam a morrer pessoas.

No papel há um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Na realidade continuam a morrer palestinianos às mãos do exército israelita apesar do acordo assinado entre Israel e o Hamas. De acordo com os dados fornecidos pelo Hamas morreram 100 pessoas e 230 ficaram feridas nos últimos 13 dias. O exército israelita não enga os ataques contra os civis palestinianos, mas afirma que os mesmos são justificados. 
Destruição em Gaza após confrontos; entrega de reféns condicionada Foto AP/Jehad Alshrafi
As mortes surgem na sequência de ataques no terreno e bombardeamentos e ocorrem por todo o enclave de Gaza. As Forças de Defesa de Israel (IDF na sigla em inglês) dizem que só atiram contra os que se aproximam demasiado da "linha amarela" - o perímetro de segurança para onde as tropas se retiraram depois do cessar-fogo. E enquanto as IDF dizem que estas aproximações e consequentes disparos são justificáveis, o Hamas diz que se tratam de "violações graves e repetidas” do acordo para o fim das hostilidades em Gaza.  Mas o Hamas tem também mortes atribuídas desde o início do cessar-fogo. No passado domingo dois soldados israelitas foram mortos em Rafah, no sul de Gaza. Telavive considerou estas mortas como uma quebra no acordo e respondeu com ataques em todo o território já devastado e a que civis têm vindo a regressar nos últimos dias. O emir do Qatar, o xeque Tamim bin Hamad al-Thani, acusou Israel de “continuar a violar o cessar-fogo” e apelou à comunidade internacional para fazer frente a essas violações. Os Estados Unidos garantem que mesmo com as violações de cessar-fogo, o acordo continua de pé.    O cessar-fogo assinado entre ambas as partes preconizava o fim da ofensiva, mas também o regresso dos reféns feitos pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, quer estivessem vivos ou mortos. O grupo extremista entregou os 20 reféns vivos que ainda mantinha, mas até ao momento só devolveu os corpos de 15 dos 28 cidadãos israelitas mortos e já afirmou que está a ter dificuldades em encontrar os cadáveres destes reféns devido ao estado de destruição a que chegou Gaza depois de dois anos de bombardeamentos contínuos. Em troca dos reféns, Telavive entregou quase dois mil detidos palestinianos. Há ainda um acordo para a devolução de corpos de militares mortos durante os confrontos que está a decorrer de forma intercaladas.  A entrega de ajuda humanitária no território é outra das condições do plano de tréguas que tampouco tem corrido como deveria. As autoridades de Gaza têm denunciado atrasos na entrega de ajuda, afirmando que, até ao dia 20, apenas 986 camiões entraram no território desde a assinatura do acordo, “muito abaixo dos 6600 que deveriam ter entrado”, segundo um comunicado do gabinete de imprensa local. A passagem fronteiriça de Rafah, que liga Gaza ao Egito, vai permanecer encerrada até que o Hamas devolva os restantes corpos dos reféns.
Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela