Oposição contradiz "participação histórica" relatada por Maduro
Enquanto a oposição anuncia 90% de abstenção, Maduro aplaude a "maior participação" nas eleições. Constituinte será empossada num prazo de 24 a 72 horas
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou hoje que 8.089.320 pessoas votaram, no domingo, nas eleições para a Assembleia Constituinte, promovida pelo Presidente Nicolas Maduro, e poucos incidentes violentos. Contudo, a oposição e a Associated Press contam uma história completamente diferente.
A oposição relata mesas de voto completamente vazias, pressão para votar e violência sobre a população. Também a agência Associated Press, ao visitar cerca de trinta locais de voto, não encontrou multidões.
Ao contrário do que a oposição relatava, o Governo venezuelano fala de uma participação "histórica". O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elogiou os venezuelanos pela "lição de coragem" nas eleições, de domingo, para a Assembleia Constituinte.
"Temos Assembleia Constituinte (...) oito milhões (de votos) em meio de ameaças (...) foi a votação mais grande que teve a revolução bolivariana em 18 anos. O povo deu uma lição de coragem, de valentia. O que vimos foi admirável", declarou Maduro, perante centenas de apoiantes que se concentraram na Praça Bolívar, em Caracas, à espera dos resultados das eleições e comemorar a vitória.
Assembleia Constituinte será empossada num prazo de 24 a 72 horas
O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder) anunciou hoje que a Assembleia Constituinte vai ser empossada num prazo de 24 a 72 horas.
"A Assembleia Constituinte é um facto e vai ser empossada no prazo máximo de 72 horas. Mas poderá acontecer em 24" horas, disse Diosdalo Cabello aos jornalistas.
A cerimónia vai decorrer no Palácio Federal Legislativo, sede da Assembleia Nacional (parlamento), onde a oposição detém a maioria desde janeiro de 2016.
Mais de 60 detidos e pelo menos dez mortos em protestos
No mesmo dia, os protestos ocorridos no domingo na Venezuela por causa das eleições para a Assembleia Constituinte causaram dez mortos e 64 detidos, segundo a organização não governamental Foro Penal Venezuelano e o Ministério Público.
Na rede social Twitter, aquela organização não governamental escreveu que as detenções ocorreram em vários locais do país, incluindo Caracas, precisando que trinta das detenções ocorreram no estado de Zulia e outroas cincoem Mérida e Monagas.
Já o Ministério Público venezuelano indicou que pelo menos dez pessoas, incluindo dois adolescentes de 13 e 17 anos, morreram.
Quatro pessoas morreram no estado de Tachira (oeste), na fronteira com a Colômbia, durante manifestações. Três homens foram mortos no estado de Merida (oeste, um no estado de Lara (norte), um no estado de Zulia (norte) e um dirigente da oposição no estado de Sucre (norte), indicou num novo balanço o Ministério Público venezuelano.
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