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Médio Oriente: Refém norte-americano libertado pelo Hamas diz estar bem, mas fraco

Lusa 13 de maio de 2025 às 13:46

Edan Alexander falou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, durante a sua estadia no hospital Ichilov, para onde foi levado após ter sido libertado.

O refém israelo-americano Edan Alexander, libertado na segunda-feira pelo movimento islamita palestiniano Hamas, após 19 meses de detenção na Faixa de Gaza, afirmou hoje estar "bem", embora "fraco".

"Estou bem. Fraco, mas pouco a pouco voltarei a ser o que era antes. É tudo uma questão de tempo", disse Alexander, durante uma conversa telefónica com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com quem falou brevemente durante a sua estadia no hospital Ichilov, para onde foi levado após ter sido libertado.

Segundo um comunicado do gabinete de Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel transmitiu-lhe, na conversa, que a população israelita está "muito feliz" com a sua libertação.

"Tenho mais um pedido a fazer-lhe, apenas mais uma diretiva. Para além do facto de ser um homem livre, ouça o que os médicos lhe dizem", apelou Netanyahu.

"Dou-lhe as boas-vindas com todo o meu coração", acrescentou, de acordo com a mesma nota.

Netanyahu também falou com o enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, a quem disse que Alexander é "um corajoso soldado israelita que é também um defensor dos Estados Unidos e de Israel".

"Estamos muito felizes e muito gratos pela sua ajuda e pela ajuda dada pelo Presidente [Donald] Trump", afirmou.

Por seu lado, Witkoff relatou ter contado à família de Alexander "tudo" o que Netanyahu "fez para tornar isto possível".

"Foi uma negociação tensa e crítica. A sua posição e a forma como permitiu que as negociações decorressem são uma grande parte da razão pela qual Edan está hoje em casa com a sua família", afirmou, referindo-se ao líder do Governo israelita.

Antes, Witkoff tinha revelado que Alexander tinha falado com Trump ao telefone.

"Tivemos a oportunidade de falar com o Presidente dos Estados Unidos, cuja liderança tornou isto possível", disse nas redes sociais o enviado da Casa Branca, que chegou a Israel na segunda-feira para assinalar a libertação do soldado, a quem visitou no hospital.

"Depois de meses em cativeiro, o mundo está inspirado pela sua coragem e resiliência", escreveu Witkoff nas redes sociais.

Edan Alexander, de 21 anos, nasceu na cidade norte-americana de Nova Jersey e servia como soldado do exército israelita durante os atentados do Hamas de 07 de outubro de 2023, que fizeram cerca de 1.200 mortos e perto de 250 reféns, segundo o balanço oficial fornecido por Israel.

O jovem era um "soldado solitário", como são conhecidos os jovens que se deslocam sozinhos a Israel para cumprir o serviço militar obrigatório, apesar de a sua família direta não residir no país, e estava estacionado num posto militar perto da fronteira de Gaza nesse dia.

O Hamas insistiu hoje que a libertação de Alexander foi o resultado de "negociações sérias", rejeitando as afirmações de Netanyahu de que estava ligada à "pressão militar" contra a Faixa de Gaza.

"Netanyahu está a enganar o seu povo e não conseguiu obter o regresso dos prisioneiros através da agressão", afirmou.

No domingo à noite, o Hamas tinha anunciado a intenção de libertar o refém, depois de manter conversações indiretas com os Estados Unidos durante vários dias, num gesto destinado a encorajar as conversações para um novo cessar-fogo no enclave.

Após uma trégua de dois meses que permitiu a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos no início do ano, Israel retomou a ofensiva contra o Hamas a 18 de março, afirmando que pretendia forçá-lo a libertar os reféns ainda detidos na Faixa de Gaza.

Depois de semanas de negociações minuciosas, as conversações indiretas entre Israel e o Hamas não produziram até agora qualquer resultado, com as partes a acusarem-se mutuamente de bloquear o processo.

Das 251 pessoas raptadas em Israel durante o ataque do Hamas que desencadeou a guerra há mais de um ano e meio no enclave, 57 continuam detidas em Gaza, 34 das quais foram declaradas mortas pelo exército israelita.

O Hamas mantém também os restos mortais de um soldado israelita morto durante uma guerra anterior em Gaza, em 2014.

Edan Alexander AP Photo/Oded Balilty
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