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May: "Temos que actuar conforme a decisão" que os ingleses tomaram sobre o Brexit

15 de novembro de 2018 às 11:38

Primeira-ministra defende acordo com a UE para saída da União Europeia, no dia em que o seu executivo já sofreu cinco baixas.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, garantiu, perante o parlamento britânico, que o rascunho do acordo para o Brexit aprovado na quarta-feira "não é o acordo final", mas é do interesse nacional e permite sair da UE "de forma suave e ordeira".

"O que nós concordámos ontem [quarta-feira] não foi o acordo final. É um rascunho de um tratado. Significa que vamos deixar a UE de uma forma suave e ordenada e define a estrutura para um relacionamento futuro que garante o interesse nacional", vincou Theresa May, que foi apresentar o texto à Câmara dos Comuns.

A líder do executivo britânico começou a declaração agradecendo a Dominic Raab e Esther McVey, que se demitiram esta manhã do ministério para a Saída da União Europeia e do ministério do Trabalho e Pensões, respectivamente. Ao todo, já se demitiram pelo menos seis governantes.

Estes alegaram não concordar com o projecto de acordo que foi aprovado "colectivamente", mas não por unanimidade, num Conselho de Ministros que durou cinco horas na quarta-feira. "Concretizar o Brexit envolve escolhas difíceis para todos nós. Não concordamos com todas essas escolhas, mas eu respeito as suas opiniões. E gostaria de agradecer sinceramente por tudo o que eles fizeram", disse May.

A primeira-ministra deixou, ainda assim, um aviso aos parlamentares: "A escolha é clara: Podemos escolher sair sem acordo, podemos arriscar não haver Brexit de forma nenhuma, ou podemos escolher unirmo-nos e apoiar o melhor acordo que pode ser negociado."

Em resposta, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbin, defendeu que o acordo "está morto" e que o governo está "num caos" após a demissão de três ministros e dois secretários de Estado. "A escolha entre este acordo ou não haver nenhum acordo é falsa", disse ainda o líder da oposição, reforçando: "O Governo deve recuar neste acordo mal amanhado que não tem o apoio do Governo, desta Câmara, nem do país no seu todo."

O governo britânico aprovou na quarta-feira o rascunho de acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, tendo sido encontrado com a UE uma solução para evitar o regresso de uma fronteira física entre a Irlanda e a Irlanda do Norte. O acordo terá de ser votado pelo parlamento britânico, possivelmente no início de Dezembro.

"Esta casa [Câmara dos Comuns] escolheu consultar os eleitores do Reino Unido sobre se queriam permanecer dentro da UE. Houve um voto para sair da UE. Os britânicos votaram, em números que nunca vimos antes. E sempre foi o meu ponto de vista que voltar a consultar os britânicos não é correcto. Demos às pessoas a eleição e temos que actuar conforme a decisão que tomaram", rematou.

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