Kiev resiste, enquanto nas ruas se trava a batalha por Kharkiv
As tropas russas e ucranianas estão envolvidas desde a noite de sábado numa luta pelo controlo de Kharkiv. Uma idosa morreu depois de o prédio onde vivia ter sido atingido.
Os bombardeamentos a Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana habitada por 1,4 milhões de pessoas, começaram tarde este sábado, dia 26. De acordo com o site da AlJazeera, a artilharia fez-se sentir e continuou durante toda a noite e a manhã. "Até ouvi o som de armas nas ruas", relatou ao canal de televisão Maria Avdeeva, que trabalha com o think-tankAssociação de Peritos Europeus da Ucrânia. "O que sabemos agora é que a Rússia está a entrar na cidade em pequenos grupos, em veículos militares mais ligeiros, e que estão a ser destruídos pelo exército ucraniano", contou. As tropas russas entraram na cidade, e a batalha vive-se na rua.
Os russos atingiram um edifício residencial de nove andares e mataram uma mulher idosa. Cerca de 60 pessoas escaparam incólumes porque se abrigaram na cave.
"A situação é muito fluida, o exército ucraniano luta sem medo, e também existem algumas unidades de defesa territorial, e estas pessoas também vão participar na luta nas ruas." Quanto aos civis, o governador regional Oleh Sinegubov pediu que não saíssem de casa. Estas unidades de defesa territorial são compostas por mais de 130 mil voluntários que, ao longo de meses, estiveram envolvidos em sessões de treino com armas para se prepararem para uma invasão russa.
A cidade de Kharkiv encontra-se totalmente rodeada. Fica a cerca de 40 quilómetros da fronteira com a Rússia. "Muitas pessoas que lá vivem são etnicamente russas", relatou Hoda Abdel-Hamid, jornalista da AlJazeera. "Há muitas ligações comerciais entre os dois lados e até laços familiares, por isso penso que os russos ficaram muito impressionados que a cidade esteja a lutar e a resistir." O jornalista acredita que os russos querem transformar Kharkiv numa base para poder avançar mais para sul na Ucrânia.
Moscovo diz que bloqueou as cidades de Kherson e Berdyansk, no sul. Junto a Kharkiv, atingiu um gasoduto, mas o tráfego de gás russo via Ucrânia com direção à Europa não foi prejudicado, de acordo com fontes ucranianas.
Segundo um conselheiro do presidente ucraniano, a Ucrânia destruiu metade do transporte russo que entrou em Kharkiv.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades.
As autoridades ucranianas disseram hoje que pelo menos 198 pessoas foram mortas, incluindo civis, desde o início da invasão russa.
O ataque russo tem sido amplamente condenado em todo o mundo e vários países, com destaque para os ocidentais, aprovaram sanções económicas para punir o regime de Moscovo.
Com Lusa
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