Japão vai descarregar água da central de Fukushima no Pacífico
China e Hong Kong já condenaram medida e restringiram importações de comida japonesa. Sul-coreanos começaram a correr aos supermercados à procura de sal marinho.
As águas residuais da central nuclear de Fukushima vão começar a ser despejadas no mar na quinta-feira caso as "condições meteorológicas e marítimas" o permitam. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, que avançou que o plano passa pela libertação de um máximo de 500 mil litros de água por dia no Oceano Pacífico.
De forma a garantir a segurança do processo, o governo japonês trabalhou em cooperação com a TEPCO, a operadora da central, juntamente com a Agência Internacional de Energia Atómica, da ONU.
As águas serão assim submetidas a um tratamento que elimina todas as substâncias radioativas - com exceção do trítio que se encontra em quantidades muito abaixo dos limites – o que faz com que a libertação não apresente riscos para a saúde ou para o meio ambiente, segundo os japoneses.
Mas nem todos pensam assim. O governo de Hong Kong já criticou a ação e ameaçou restringir as importações marítimas do Japão, enquanto a China já proibiu a importação de produtos alimentares vindos de dez províncias nipónicas.
"O oceano é propriedade de toda a humanidade, não um sítio para o Japão despejar arbitrariamente as suas águas contaminadas com matéria nuclear. Tomaremos as medidas necessárias para salvaguardar a vida marinha, a segurança alimentar e a saúde pública", assegurou em conferência de imprensa Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Já na Coreia do Sul o governo não se opôs à medida mas alguns cidadãos começaram a armazenar grandes quantidades de sal marinho. A Associação Greenpeace também questionou o processo de limpeza das águas dizendo que o mesmo só iria permitir que uma quantidade "imensa" de material radioativo fosse lançada no mar.
Todas estas restrições têm estado a causar um forte impacto na indústria pesqueira do Japão, numa altura em que os empresários pensavam poder começar a recuperar os seus negócios.
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