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Israel discute proposta de cessar-fogo no Líbano

Débora Calheiros Lourenço 27 de setembro de 2024 às 12:04

Telavive tem defendido que a ofensiva é necessária para permitir o regresso a casa de dezenas de milhares de israelitas que foram forçados a abandonar as zonas próximas da fronteira devido aos recorrentes bombardeamentos do Hezbollah desde 7 de outubro de 2023, em solidariedade com o Hamas.  

Israel vai discutir propostas para um cessar-fogo no Líbano nos próximos dias, avançou Benjamin Netanyahu numa altura em que Washington alerta que uma escalada do conflito só vai diminuir a possibilidade de os civis regressarem a casa. 

ABIR SULTAN/Pool via REUTERS/File Photo

Os Estados Unidos e a França propuseram uma trégua de 21 dias, durante reuniões à margem da assembleia geral das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque. Apesar de na quinta-feira Netanyahu ter dado ordens às forças militares para continuarem as operações militares no norte do país, esta sexta-feira já afirmou que uma equipa israelita estava presente nas discussões desta proposta de cessar-fogo.  

"As equipas encontraram-se [a 26 de novembro] para discutir a iniciativa dos Estados Unidos e como podemos alcançar o objetivo comum de fazer as pessoas regressar com segurança às suas casas. Continuaremos essas discussões nos próximos dias", referiu o primeiro-ministro israelita.  

Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, tinha rejeitado os apelos globais para que fosse estabelecido um período de tréguas com o Hezbollah. Netanyahu não comentou estas declarações nem as de outros políticos israelitas que se têm posicionado contra qualquer trégua, afirmando apenas: "Foram espalhadas muitas informações falsas sobre a iniciativa de cessar-fogo liderada pelos Estados Unidos".  

Apesar de estarem a decorrer negociações, esta sexta-feira um ataque israelita matou nove membros da mesma família, incluindo quatro crianças, na cidade fronteiriça de Shebaa. Além disso, os ataques aéreos que já mataram centenas de pessoas no Líbano mantiveram-se durante a noite.  

O Hezbollah, grupo armado apoiado pelo Irão, também afirmou que disparou vários rockets contra Israel, em direção a Kiryat Ata, a 30 quilómetros da fronteira. Tendo sido travados pelos sistemas de defesa israelitas, que evitaram assim danos.  

O conflito entre Israel e o Hezbollah já é considerado o pior dos últimos dezoito anos, fazendo parte do alastrar da guerra em Gaza na região.

Israel tem defendido que o seu objetivo é garantir o regresso a casa de dezenas de milhares de israelitas que foram forçados a sair das zonas próximas da fronteira com o Líbano devido aos recorrentes bombardeamentos do Hezbollah desde 7 de outubro de 2023, em solidariedade com o Hamas. O grupo libanês está a mandar rockets para o território israelita desde 8 outubro do ano passado e garante que não pretende alcançar nenhum acordo até que a guerra em Gaza termine.  

No último ano mais de 111 mil pessoas foram dadas com deslocadas no Líbano pela Organização Internacional para as Migrações da ONU, 90 mil só nesta semana.

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