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Homem que queimou o Corão na Suécia morto a tiro em livestream

Gabriela Ângelo 30 de janeiro de 2025 às 15:48

Salwan Momika, o ativista iraquiano que ficou conhecido por ter queimado vários livros do Corão, foi acusado de incitamento de ódio e iria hoje a tribunal receber o veredito.

O homem de 38 anos que em 2023 queimou vários exemplares do Corão, o livro sagrado do Islão, na Suécia, foi morto a tiro no seu apartamento em Södertälje, a sudeste de Estocolmo.

Johan Nilsson/TT News Agency/AP

Segundo noticiou o jornal sueco Aftonbladet, Rasmus Öhman, o procurador do caso, confirmou a morte de Salwan Momika e anunciou que tinham sido detidas cinco pessoas suspeitas de homicídio. Pouco depois das 23 horas (22h em Portugal) de ontem 29 de janeiro, a polícia recebeu informação de que o homem tinha sido morto a meio de uma transmissão em direto nas suas redes sociais.

Durante a noite, a polícia de Estocolmo revistou a casa e tentou encontrar vestígios do que pode ter acontecido, uma das teorias assenta na entrada do autor do crime pelo telhado dos apartamentos. Os serviços secretos suecos estão também a tentar resolver o caso mas ainda não revelaram detalhes sobre a investigação. 

Momika foi acusado de incitamento de ódio contra um grupo étnico em quatro situações diferentes de queima do Corão em 2023. O veredito da sua sentença ia ser anunciado hoje por volta das 10 horas em Portugal, sendo que o Tribunal Distrital de Estocolmo anunciou o seu adiamento. "Uma vez que foi confirmada a morte de um dos arguidos, a sentença deve ser ajustada ao facto de não ser possível condenar uma pessoa falecida", lê o comunicado.

No final de maio do ano passado, Momika, cujo país de origem é o Iraque, recebeu a renovação da sua autorização de residência temporária na Suécia, válida pelo período de um ano. Ao Aftonbladet, o assessor de imprensa da entidade reguladora de migração, Jesper Tengroth, explicou que ele corria "o risco de estar sujeito a tortura e tratamento desumano" se regressasse ao seu país de origem. 

As suas manifestações contra o Islão criaram não só uma crise diplomática para a Suécia, tanto que o país foi obrigado a aumentar o nível de ameaça terrorista, mas também criou um descontentamento público resultando em inúmeros protestos.

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