Secções
Entrar

Guterres "profundamente preocupado" com situação na Guiné-Bissau

Lusa 26 de novembro de 2025 às 18:31

Declarações surgem depois de militares terem tomado esta quarta-feira o poder na Guiné-Bissau.

O secretário-geral da ONU acompanha a situação na Guiné-Bissau "com profunda preocupação" e apela à contenção e respeito pelo Estado de direito, indicou o porta-voz de António Guterres.
Guiné-Bissau: Motociclistas nas ruas após tomada de poder pelos militares AP Photo/Darcicio Barbosa
"Sobre a situação na Guiné-Bissau, posso afirmar que o secretário-geral está a acompanhar a situação com profunda preocupação. Apela a todas as partes interessadas nacionais na Guiné-Bissau para que exerçam contenção e respeitem o Estado de direito", afirmou Stéphane Dujarric, na sua conferência de imprensa diária em Nova Iorque. Guterres continuará a acompanhar de perto o desenrolar da situação no país, concluiu o porta-voz. Os militares tomaram esta quarta-feira o poder na Guiné-Bissau, depois de um tiroteio que durou cerca de meia hora, segundo um comunicado das Forças Armadas guineenses. O comunicado foi lido na televisão estatal guineense TGB pelo porta-voz do Alto Comando Militar, Dinis N´Tchama, que informa que os militares assumiram a liderança do país. Na comunicação informa-se que foi "instaurado pelas altas chefias militares dos diferentes ramos das Forças Armadas, o Alto Comando Militar para a restauração da segurança nacional e ordem pública" e que o mesmo "acaba de assumir plenitude dos poderes de Estado da República da Guiné-Bissau". O Alto Comando Militar informa que depôs o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e que encerrou, "até novas ordens, todas as instituições da República da Guiné-Bissau". Informa ainda que estão suspensas "as atividades de todos os órgãos de comunicação social", assim como decidiu "suspender imediatamente o processo eleitoral em curso". Os militares encerraram também todas as fronteiras do país, terrestres, marítimas e espaço aéreo nacional, e estabeleceram "recolher obrigatório das 19:00 até 06:00, até repostas as condições necessárias para restaurar a normalidade constitucional do Estado guineense". No comunicado, explica que se trata de uma reação "à descoberta de um plano em curso de destabilização do país", atribuído a "alguns políticos nacionais com a participação de conhecidos barões de droga nacionais e estrangeiros". Segundo os militares, o plano consistiria na "tentativa de manipulação dos resultados eleitorais" das eleições gerais de domingo, cuja divulgação estava agendada para quinta-feira. Os militares apelam "à calma, à colaboração dos guineenses e compreensão de todos perante" o que classificam como "grave situação imposta por uma emergência nacional". Este golpe militar em curso na Guiné-Bissau surge depois de terem sido ouvidos tiros de armas ligeiras e de guerra no centro da cidade de Bissau, capital da Guiné-Bissau, desde as 12:40, segundo relatos feitos à Lusa via telefone por testemunhas no terreno. Já hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal afirmou que a normalidade constitucional foi interrompida e apelou à tranquilidade. Face aos "acontecimentos que interromperam o curso da normalidade constitucional na Guiné-Bissau", o Governo português apelou a que todos os envolvidos se abstenham de qualquer ato de violência institucional ou cívica. Apela ainda a que "se retome a regularidade do funcionamento das instituições, de modo que se possa finalizar o processo de apuramento e proclamação dos resultados eleitorais".
Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela