Kiev está a ser bombardeada
Os bombardeamentos na capital intensificaram-se. Pelo menos uma pessoa morreu.
Nações Unidas confirmaram que já morreram perto de mil civis na guerra. A Rússia voltou a anunciar a utilização de mísseis hipersónicos.
Os bombardeamentos na capital intensificaram-se. Pelo menos uma pessoa morreu.
A Ucrânia rejeitou a exigência de Moscovo para a rendição de Mariupol. A vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk considera que esse cenário não é uma opção, de acordo com o Kyiv Independent.
A China não está a enviar assistência militar a Moscovo para a ofensiva na Ucrânia, disse hoje o embaixador chinês nos Estados Unidos, sem especificar se essa posição também se aplica no futuro.
"Há desinformação de que a China está a fornecer assistência militar à Rússia. Nós rejeitamo-la", disse Qin Gang, numa entrevista à CBS.
O embaixador chinês indicou que a China "envia comida, medicamentos, sacos-cama e leite em pó".
"Não armas ou munições para as partes [do conflito]", acrescentou, garantindo que o país fará tudo para uma diminuição da escalada.
No entanto, evitou indicar se esta posição se irá manter no futuro, dois dias depois de o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter alertado o seu homólogo chinês, Xi Jinping, de que haveria "consequências" se Pequim desse apoio material à Rússia.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, o regime comunista chinês absteve-se de instar Vladimir Putin a retirar as tropas russas da Ucrânia.
"Uma condenação não resolve o problema. Eu ficaria surpreendido se a Rússia recuasse por causa das condenações", acrescentou o diplomata chinês durante a entrevista.
Questionado se Xi Jinping pediu a Vladimir Putin para pôr fim à invasão da Ucrânia, Qin Gang disse que, "no segundo dia da operação militar da Rússia", o Presidente chinês apelou para que Putin "considerasse retomar as negociações de paz".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descartou hoje reconhecer a independência dos territórios da região do Donbass e a soberania russa sobre a Crimeia, noticiou a agência EFE.
Em entrevista ao canal americano de televisão CNN, Volodymyr Zelensky afirmou que não assumirá "nenhum compromisso que afete a integridade territorial e a soberania" da Ucrânia.
As negociações em curso entre Kiev e Moscovo sobre a guerra incluem o estatuto da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e dos territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, na região ucraniana do Donbass, cuja declaração unilateral de independência foi reconhecida pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
"Temos que aproveitar todas as oportunidades para negociar e conversar com Putin. Se essas tentativas falharem, isso significará a terceira guerra mundial", afirmou Zelensky sobre as negociações que ambos os países mantiveram na Bielorrússia.
Contudo, Zelensky referiu que "como presidente e cidadão" não pode reconhecer a independência dos territórios ucranianos.
A guerra na Ucrânia provocou pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, até ao final de sábado, anunciou hoje a ONU.
No seu relatório diário sobre baixas civis, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabiliza 75 crianças mortas e 98 feridas.
Os dados referem-se ao período entre 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, e as 24:00 de sábado (hora local), correspondendo a 24 dias de combates.
A agência da ONU para os direitos humanos acredita que os números reais de baixas civis, incluindo crianças, "são consideravelmente mais elevados, especialmente em território controlado pelo Governo" ucraniano, mais sujeito à ofensiva russa.
"A maioria das baixas civis registadas foi causada pela utilização de armas explosivas com uma vasta área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de mísseis, e ataques aéreos e de mísseis", lê-se no relatório.
O ACNUDH adiantou que "a receção de informações de alguns locais onde têm ocorrido hostilidades intensas tem sido adiada e muitos relatórios ainda estão pendentes de corroboração".
Referiu, em particular, as cidades de Mariupol e Volnovakha (na região de Donetsk), Izium (Kharkiv), Sievierodonetsk e Rubizhne (Lugansk), e Trostianets (Sumy), "onde há alegações de centenas de baixas civis" que não estão incluídas nos números divulgados hoje.
Segundo a agência da ONU, um aumento de vítimas entre dois relatórios diários não implica que corresponda a mortos e feridos ocorridos num período de 24 horas, porque o processo de verificação é demorado e pode demorar vários dias.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu hoje à China para se posicionar e condenar a invasão russa à Ucrânia, avançou a agência France-Presse (AFP).
Em entrevista ao The Sunday Times, Boris Johnson apelou à China, aliada estratégica de Moscovo, e a outros países, que não se posicionaram, para se juntarem aos países ocidentais na condenação à invasão russa.
"À medida que o tempo passa e o número de atrocidades russas aumenta acho que se torna cada vez mais difícil e politicamente inconveniente para as pessoas, ativa ou passivamente, tolerar a invasão de Putin", disse o líder britânico.
Na sua opinião, os países que não querem decidir estão agora confrontados com "dilemas consideráveis".
"Acho que em Pequim começam a surgir dúvidas", afirmou.
O chefe da diplomacia turca, Mevlut Çavusoglu, manifestou-se hoje esperançado na possibilidade de um cessar-fogo na Ucrânia, ao admitir que as duas partes "quase concordam" em quatro das seis questões em discussão.
"Há convergência nas posições dos dois lados sobre questões importantes e críticas. Vemos, em particular, que eles quase concordam nos primeiros quatro pontos. Algumas questões precisam de ser decididas ao nível da liderança", disse Çavusoglu, numa entrevista ao jornal turco Hurriyet, citada pela agência espanhola EFE.
O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, que se deslocou a Moscovo e Kiev na semana passada, não precisou os pontos em que há "quase um acordo".
Numa entrevista recente ao mesmo jornal, Ibrahim Kalin, porta-voz do Presidente da Turquia, disse que as questões em discussão foram agrupadas em seis pontos, o primeiro dos quais diz respeito à neutralidade da Ucrânia, que impediria a adesão do país à NATO.
As restantes questões, pela ordem referida por Kalin, são o desarmamento e as garantias mútuas de segurança, o processo a que a Rússia chama "desnazificação", a remoção de obstáculos à utilização generalizada do russo na Ucrânia, o estatuto do Donbass e o estatuto da Crimeia.
Çavusoglu disse que as duas delegações às conversações já percorreram um longo caminho, mas que a paz exigirá uma reunião entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky.
No entanto, admitiu que primeiro é necessário um cessar-fogo, o que acredita ser possível.
"Se as partes não se desviarem das suas posições atuais, podemos dizer que temos esperança de um cessar-fogo. Existem canais abertos entre os líderes. Isto já é conhecido", disse ele.
O líder do parlamento federal russo (Duma), Vyacheslav Volodin, acusou hoje o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de dividir a sociedade ao suspender a atividade de 11 partidos ucranianos pró-Moscovo.
Zelensky anunciou hoje a suspensão da atividade de vários partidos políticos com ligações à Rússia durante a vigência da lei marcial no país, incluindo a Plataforma da Oposição – Pela Vida, que tem 44 dos 450 deputados no parlamento ucraniano.
"Zelensky, sendo principalmente um artista e ator, cometeu outro erro: com a sua decisão, dividiu a sociedade", escreveu o presidente da Duma na rede social Telegram, citado pela agência noticiosa russa TASS.
Vyacheslav Volodin lembrou que "existem partidos parlamentares entre os partidos políticos" alvo da medida e defendeu que Zelensky deveria ter dialogado com as formações em causa.
Acusou o Zelensky de demonstrar, com esta decisão, que também não estava na disposição de dialogar com os líderes separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, cujo pedido de ajuda foi usado pela Rússia para justificar a invasão do país vizinho, em 24 de fevereiro.
"Preferiu a guerra a isto [diálogo]", acrescentou.
O Papa Francisco pediu hoje à comunidade internacional que se comprometa com acabar com a guerra na Ucrânia, após a invasão da Rússia, que classificou como "repugnante" e um "massacre sem sentido".
"A agressão violenta contra a Ucrânia não pára. Um massacre sem sentido em que as atrocidades se repetem todos os dias e não há uma justificação para isso. Peço aos atores da comunidade internacional que se comprometam em acabar com esta guerra repugnante", disse, depois de rezar na Praça de São Pedro.
O pontífice lamentou que esta semana tenham sido novamente "lançados mísseis e bombas contra idosos, crianças, mães, mulheres grávidas", e frisou que este sábado visitou o hospital Bambino Gesu onde estão internadas algumas crianças ucranianas vítimas dos bombardeamentos.
Também recordou os milhões de refugiados que fugiram e que perderam tudo, e expressou a "sua dor" por aqueles que não podem escapar.
Um porta-voz da UNICEF confirmou à CNN que o número de crianças refugiadas devido à guerra na Ucrânia ascende já aos 1,5 milhões. Há mais 3,3 milhões de menores deslocados em território ucraniano.
Desde o início do conflito, a organização estima que 150 crianças já tenham perdido a vida, a que se juntam mais 160 feridas.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que o cerco russo de Mariupol "ficará na história (…) por crimes de guerra", mas disse que "é necessário" continuar as negociações com Moscovo.
"Fazer O que os invasores fizeram com uma cidade pacífica é um terror que será lembrado em séculos vindouros" e "quanto mais a Rússia usar o terror contra a Ucrânia, piores serão as consequências", afirmou Zelensky.
Num vídeo divulgado esta madrugada na página oficial da Presidência ucraniana na Internet, o governante adiantou que mais de 4.000 moradores de Mariupol conseguiram partir para Zaporijia no sábado.
Oito corredores humanitários operaram no sábado, de acordo com Zelensky, e um total de 6.623 pessoas foram resgatadas de Mariupol.
O líder ucraniano disse, no entanto, que não foi possível retirar os habitantes de Borodyanka, na região de Kiev, devido aos bombardeamentos russos.
"Infelizmente, não foi possível entregar ajuda humanitária às cidades da região de Kherson", acrescentou.
Zelensky disse que as negociações com a Rússia não são "nem simples nem agradáveis, mas são necessárias".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje a suspensão da atividade de vários partidos políticos com ligações à Rússia, numa altura em que está em vigor na Ucrânia a lei marcial.
Num vídeo divulgado esta madrugada na página oficial da Presidência ucraniana na Internet, Zelensky decidiu suspender a atividade de 11 partidos.
O maior dos partidos suspensos é a Plataforma de Oposição pela Vida, que tem 44 das 450 cadeiras no parlamento do país.
O partido é liderado por Viktor Medvedchuk, que tem laços de amizade com o Presidente russo, Vladimir Putin, que é o padrinho da filha de Medvedchuk.
Também na lista está o partido Nashi ('Nosso') liderado por Yevheniy Murayev. Antes da invasão russa, as autoridades britânicas tinham avisado que a Rússia queria instalar Murayev como novo líder da Ucrânia.
"Dada a guerra em larga escala travada pela Federação Russa e as ligações de algumas estruturas políticas com este Estado, toda e qualquer atividade de vários partidos políticos é suspensa durante a lei marcial", disse o Presidente ucraniano.
O Ministério da Justiça é instruído a "tomar imediatamente medidas abrangentes para proibir as atividades desses partidos políticos da maneira prescrita", acrescentou Zelensky.
"Agora todos devem cuidar dos interesses do nosso Estado", disse o Presidente ucraniano.
O conselho da cidade de Mariupol afirmou este domingo que a Rússia bombardeou uma escola de arte onde estariam abrigados cerca de 400 civis. Num comunicado é avançado que debiaco dos escombros existem mulheres, crianças e idosos.
Não foi ainda avançado um número de mortos ou feridos
Numa mensagem gravada, Volodymyr Zelensky declarou que o cerco à cidade Ucrâniana vai "ficar na história dos crimes de guerra".