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Cheias provocam pelo menos 95 mortos em Espanha

Ana Bela Ferreira , Diogo Barreto 30 de outubro de 2024 às 07:48

Não chovia tanto na região de Valência, em 24 horas, desde 11 de setembro de 1966, de acordo com dados oficiais. Há ainda muitas pessoas isoladas e desaparecidas, pelo que o número de vítimas pode ainda aumentar.

Pelo menos 95 pessoas morreram por causa das cheias repentinas na região de Valência, no leste de Espanha, onde desde a noite de terça-feira foram registadas chuvas intensas e inundações, de acordo com os media espanhóis. O número não tem parado de aumentar desde que começaram os trabalhos de resgate e ajuda às populações afetadas. Há várias crianças entre as vítimas.

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Foto: REUTERS/Jon Nazca
Foto: REUTERS/Eva Manez
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Foto: REUTERS/Eva Manez
Foto: REUTERS/Eva Manez

Segundo as autoridades, o número de vítimas "é provisório". "Está a iniciar-se o processo de levantamento e identificação das vítimas", indicaram os serviços de emergência. Pelo menos 62 das vítimas mortais eram residentes na região de Valência, a mais afetada pelas chuvas intensas.

A depressão que está a atingir Espanha e que já provocou mais de meia centena de mortes em Valência "já está a perder força" e não deverá afetar Portugal, mas as condições meteorológicas "não vão mudar nas próximas horas", alertou Pedro Sánchez em conferência de imprensa, acrescentando ainda que o governo espanhol vai pedir ajuda à União Europeia.

As imagens que estão a ser divulgadas pelas televisões e nas redes sociais mostram rios, estradas, ruas e campos inundados, carros arrastados pelas águas e pessoas em telhados ou árvores à espera de resgate.

O presidente do governo regional da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, reiterou ao início da manhã desta quarta-feira o pedido à população para evitar sair de casa e para não tentar circular pelas estradas da província de Valência e confirmou que há "múltiplas vítimas", sem confirmar um número. Indicando ainda que "se [os serviços de emergência] ainda não chegaram, não é por falta de meios ou vontade, mas é por causa dos acessos", já que, sublinhou, há áreas onde é "absolutamente impossível" chegar neste momento.

Quem viveu o terror desta noite descreve momentos difíceis de imaginar. Denis Hlavaty contou à Reuters que passou a noite encurralado na estação de serviço onde trabalha, enquanto via o nível da água subir. "Foi um rio que veio. As portas foram arrancadas e passei a noite aqui, rodeado de água com dois metros de profundidade. Fiquei em cima de uma prateleira, a única que se aguentou, enquanto toda a estação de serviço desaparecia."

Os comboios para cidades como Madrid e Barcelona foram cancelados por causa das cheias e escolas e outros serviços essenciais foram suspensos.

Na última noite, a precipitação na região de Valência foi a mais elevada em 24 horas desde 11 de setembro de 1966, de acordo com dados oficiais.

O Governo de Espanha criou também uma comissão de crise para monitorizar os efeitos da tempestade na costa mediterrânica, enquanto o rei, Felipe VI, disse acompanhar "com grande preocupação as consequências devastadoras" das inundações. A ministra da Defesa, Margarita Robles, prometeu deslocar todos os meios necessários para a região. Estando já no terreno 1.034 efetivos da equipa especial de resgates, estando já 250 a trabalhar no terreno e cerca de 700 aguardavam instruções para começar os trabalhos.

Notícia atualizada às 18h24 com o aumento do número de mortes

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