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Dinamarca repensa proibição de energia nuclear numa altura de mudanças na Europa

Débora Calheiros Lourenço 15 de maio de 2025 às 17:46

A Dinamarca é um dos principais produtores de energias renováveis da Europa, mas considera agora investir em reatores nucleares modulares, que são mais pequenos e mais baratos do que os tradicionais.

A Dinamarca está a reconsiderar a proibição de produção de energia nuclear, numa altura em que pode existir uma grande mudança nas políticas energéticas do país, marcado pela forte produção de energias renováveis.

Jens Dresling/ AP

O governo dinamarquês vai analisar os potenciais benefícios de uma nova geração de tecnologias de energias nucleares depois de os reatores nucleares tradicionais terem sido proibidos em 1985, a informação foi avançada pelo ministro da Energia e Clima, Lars Aagaard.

O país é um dos principais produtores de energias renováveis da Europa e sede da maior empresa de energia eólica do mundo. Mais de 80% da sua eletricidade é gerada a partir de fontes renováveis incluído eólica, biocombustível e solar. Ainda assim, o ministro da Energia e do Clima considera que esta pode ser a altura da Dinamarca voltar a investir em reatores nucleares.

"Podemos ver que há um desenvolvimento em andamento com novas tecnologias de energia nuclear-reatores pequenos e modulares, mas para viabilizarmos essas tecnologias não basta que tenham potencial, precisamos também de saber o que isso significa para a sociedade dinamarquesa", referiu em entrevista ao jornal dinamarquêsPolitiken.

Já na quarta-feira, o ex-primeiro-ministro dinamarquês partilhou com oFinancial Timesque apoiava o fim da "ridícula" proibição da energia nuclear: "As energias eólica e solar são boas, desde que haja vento e sol. Mas é preciso ter uma carga base não fóssil e é ridículo excluir a energia nuclear de antemão".

Ambas as declarações surgem numa altura em que o interesse por novos projetos de reatores nucleares tem aumentado em toda a Europa, assim como as investigações para aumentar a vida útil dos reatores já existentes. Este é um interesse que se deve, em parte, ao aumento da procura pela eletricidade de baixo carbono, especialmente para os setores dos transportes, indústrias e aquecimento residencial.

Os reatores modulares são mais pequenos e podem ser construídos nas fábricas e montados no local, o que permite a diminuição dos custos e do tempo de construção quando comparados com os reatores nucleares tradicionais.

Atualmente existem também grandes empresas, como é o caso da Google, interessadas nos reatores nucleares modulares para abastecer os seusdata centers, que consomem muita energia e necessitam de eletricidade 24 horas por dia.

Espanha e Alemanha são outros dos países europeus que estão a considerar regressar à produção de energia nuclear enquanto o Reino Unido, a França e a Bélgica estão a estender a vida útil dos seus reatores nucleares.

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