Condutor do Cybertruck que explodiu em Las Vegas sofria de stresse pós-traumático
Militar conduziu de Colorado até Las Vegas, tendo-se suicidado antes da explosão. Sete pessoas ficaram feridas no incidente que não estará liagado ao ataque em Nova Orleães que aconteceu no mesmo dia.
O FBI acredita que o condutor do Cybertruck da Tesla que explodiu no dia de ano novo junto ao hotel Trump International, em Las Vegas, não tinha qualquer problema contra o presidente eleito dos EUA, mas sofria de stresse pós-traumático. As autoridades norte-americana garantem ainda que não parece haver qualquer ligação com oataque em Nova Orleães, no mesmo dia, e que vitimou 14 pessoas.
Na quinta-feira o condutor do carro foi identificado como sendo Matthew Livelsberger, de 37 anos, um soldado no ativo natural de Colorado Springs. "O suspeito não tinha qualquer animosidade contra o presidente eleito", afirmou um agente do FBI durante uma conferência de imprensa, na sexta-feira. Essas dúvidas foram levantadas pelo facto de tudo ter acontecido à porta de um hotel de Donald Trump e usando um carro produzido pela Tesla, marca propriedade do aliado e conselheiro de Trump Elon Musk.
"A investigação e dados do Exército indicam que o mais provável é que ele sofria de stresse pós-traumático e também haveria outros potenciais problemas familiares e algumas queixas pessoais na sua vida que podem ter sido fatores contribuintes", acrescentou o mesmo agente. O FBI aponta para que tudo não tenha passado de um "trágico caso de suicídio".
As autoridades chegaram à conclusão de que Livelsberger terá cometido suicídio, com um tiro dado na boca, antes de o carro ter explodido. Tendo revelado mensagens que o soldado deixou em que falava de que o seu gesto era "uma chamada de atenção", mas também uma forma de "expiar os demónios" que enfrentava por ter matado e visto os companheiros morrer em combate.
Depressão e stresse pós-traumático
O militar que serviu no Afeganistão terá confidenciado à ex-namorada que estava em constante dor e exaustão, o que segundo ela - que serviu como enfermeira no exército - eram sinais claros de traumatismo crânio-encefálico. Com cinco Estrelas de Bronze, incluindo uma por bravura sob fogo, tinha um registo militar exemplar, tendo também sido pai no ano passado, Livelsberger vivia, no entanto, atormentado com a pressão do trabalho e o facto de ter de matar e ver os seus companheiros morrer. Estas dificuldades tê-lo-ão levado a procurar ajuda para a depressão no exército.
Além dessa ajuda, terá confidenciado alguns dos seus problemas com a antiga enfermeira Alicia Arritt, de 39 anos, com quem começou a sair em 2018. Confessou ter sofrido "apenas algumas contusões" em combate, mostrou-lhe a tatuagem que indica que teve de matar em combate e falou-lhe da exaustão e dor que sentia, confessando que não conseguia dormir e que estava constantemente a reviver a violência que viu e viveu quando esteve destacado no Afeganistão.
O casal deixou de falar depois de se terem separado em 2021, até que a 28 de dezembro ele lhe enviou uma mensagem, o que voltou a fazer no dia 31. As mensagens eram vídeos, um dele a conduzir o Cybertruck e outro dos faróis do carro a moverem-se ao som da música.
Segundo Alicia Arritt contou à Associated Press, Livelsberger não era impulsivo e, por isso, acredita que terá pensado meticulosamente no que ia fazer. Acredita que o exército não lhe deu a ajuda que ele precisava. "Ele passava por períodos de retração e debatia-se com depressão e perda de memória. Não sei o que o levou a fazer isso, mas acho que os militares não lhe deram ajuda quando ele precisava."
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