Com as tréguas a terminar, Hamas e Israel mostram-se disponíveis para prolongamento
Muitos palestinianos consideram que estas tréguas são "incompletas e injustas", uma vez que os soldados israelitas se mantêm nas cidades de Gaza e que estão a ser proibidos de regressar às suas casas na região norte.
O acordo de tréguas entre Israel e o Hamas entra esta segunda-feira nas últimas 24 horas, mas ambas as partes já se demonstraram disponíveis para estender o acordo.
A Agence France-Presse citou uma fonte do Hamas referindo que estavam a existir conversações com os mediadores (Qatar, Estados Unidos e Egito) para estender o acordo por "dois a quatro dias".
Israel enfrenta uma grande pressão por parte da família dos reféns, e dos seus aliados, para aceitar estender as tréguas e garantir mais libertações. No domingo, Netanyahu afirmou que o presidente Joe Biden o aconselhou a aceitar a extensão do acordo e garantiu que responderia com satisfação desde que em cada um dos dias adicionais sejam libertados dez reféns.
Ainda assim o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, já garantiu que o acordo não pode passar de umas "breves tréguas" e que quando estas acabarem "os combates continuarão intensamente", prevendo mais dois meses de conflito.
Joe Biden já tinha garantido que também pretendia ver as tréguas alargadas. O presidente dos Estados Unidos afirmou: "É esse o meu objetivo, é esse o nosso objetivo, manter esta pausa além de amanhã para que seja possível mais reféns serem libertados e fornecer mais ajuda humanitária a Gaza".
Relativamente à duração das tréguas, Joe Biden referiu que gostava que os combates se mantivessem interrompidos "enquanto os prisioneiros continuarem a ser libertados".
As tréguas, que começaram sexta-feira de manhã, tinham como objetivo a libertação de cinquenta reféns feitos pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro em troca de 150 prisioneiros palestinianos, que estavam detidos em Israel e de a entrada de cerca de duzentos camiões de ajuda humanitária no enclave. No entanto a Reuters avança que já foram libertados 63 reféns israelitas e 117 presos palestinianos.
No domingo foi libertado o terceiro grupo de reféns, que incluía uma criança de quatro anos de nacionalidade americana que ficou órfã depois de os pais terem morrido no ataque do Hamas.
Nas cidades no sul de Gaza os palestinianos acumulam-se à espera que a ajuda humanitária da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) chegue e seja distribuída. Antes da intensificação deste conflito já 80% da população da Faixa de Gaza estava dependente de ajuda humanitária para sobreviver, segundo a ONU.
O controlo das entradas no enclave desde dia 7 de outubro a situação se agravou bastante e apesar de as tréguas terem permitido a entrada de mais ajuda humanitária responsáveis da ONU já afirmaram que a ajuda permitida não é suficiente para suprimir as necessidades.
Segundo a Al Jazeera, muitos palestinianos consideram que estas tréguas são "incompletas e injustas", uma vez que os soldados israelitas continuam a patrulhar as cidades do enclave, e que estão a ser proibidos de regressarem às suas casas na região norte.
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