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China confirma pena de morte para mulher que traficou crianças

Lusa 25 de outubro de 2024 às 08:15

A condenada raptou menores no sudoeste da China e vendeu-os na cidade de Handan em colaboração com um cúmplice de apelido Gong, já falecido, e dois outros intermediários, julgados separadamente.

A China confirmou esta sexta-feira, 25, a pena de morte para Yu Huaying por tráfico de crianças, voltando a sublinhar a gravidade e o impacto social negativo dos crimes, indicou, em comunicado, o Tribunal Popular Intermédio de Guiyang.

O tribunal manteve a sentença inicial, que inclui ainda a revogação dos direitos políticos para toda a vida e a confiscação de todos os bens pessoais, num julgamento que captou a atenção dos internautas chineses.

Yu, de 61 anos, anunciou a intenção de recorrer após a audiência, informou a televisão estatal chinesa CCTV.

A condenada raptou menores no sudoeste da China e vendeu-os na cidade de Handan (província de Hebei, norte), em colaboração com um cúmplice de apelido Gong, já falecido, e dois outros intermediários, julgados separadamente.

Em 1992, Yu vendeu um filho nascido de um caso extraconjugal com Gong, com quem posteriormente raptou e vendeu crianças, na maioria de famílias pobres.

O caso de Yu começou em 2004, quando foi detida em Yunnan, quando estava a cometer um crime sob a falsa identidade de Zhang Yun.

Foi condenada a oito anos de prisão, embora a pena tenha sido reduzida para três anos, e foi libertada em 2009.

Em 2022, a queixa de Yang Niuhua, vítima de tráfico em criança, reativou o processo judicial, depois de ter localizado a irmã biológica e de ter fornecido informações que levaram à captura de Yu.

O primeiro julgamento, realizado em 18 de setembro de 2023, impôs a pena de morte, mas o Tribunal Popular Superior de Guizhou reviu o caso a 08 de janeiro, observando que alguns crimes adicionais não tinham sido considerados.

Foi realizado um novo julgamento, a 11 de outubro, tendo a acusação reiterado a recomendação da pena máxima.

O tráfico de seres humanos é um problema persistente na China, exacerbado pela política de longa data do filho único e pelo desequilíbrio entre os géneros, que em 2017 deixou um excedente de 42 milhões de homens, de acordo com o Banco Mundial.

Tecnologias como o ADN e o reconhecimento facial ajudaram nos últimos anos a resolver casos antigos.

Entre 2010 e 2019, foram registados 112.703 casos de tráfico de mulheres e menores, de acordo com dados oficiais.

A China não publica números oficiais sobre execuções, mas a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional estima que milhares de sentenças de morte são proferidas todos os anos.

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