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Chiara Ferragni arrisca 20 meses de prisão por fraude

Mariana Taborda com Diogo Barreto 27 de novembro de 2025 às 22:15

A influencer italiana enfrenta pena de prisão por fraude qualificada ao cometer práticas comerciais desleais numa campanha que prometia apoiar instituições de caridade.

A influencer e empreendedora italiana Chiara Ferragni apresentou-se novamente em tribunal na última terça-feira para a terceira audiência do julgamento por fraude qualificada em que o Ministério Público italiano propõe uma pena de 20 meses de prisão à influencer por não ter doado os lucros de campanhas de 2021 e 2023, sendo que tinha ficado acordado que uma parcela dos lucros estaria destinada a instituições de caridade.
Chiara Ferragni enfrenta acusação de fraude por práticas comerciais desleais ASSOCIATED PRESS
A audiência ocorreu de porta fechada (assim como todos os julgamentos mais mediáticos em Itália) e de acordo com o jornal italiano La República, a influencer chegou meia hora mais cedo para fugir às atenções da comunicação social. Quando falou pela primeira vez desde o princípio do julgamento defendeu-se, esclarecendo que "nenhum euro foi arrecadado com segundas intenções". No entanto, a investigação do caso revela que a influencer já havia defraudado os seguidores em 2021 e 2022 num esquema semelhante com uma margem de lucro próxima dos 2,2 milhões de euros. Tudo começou em 2022, quando Chiara começou a promover uma colaboração com a marca de bolos Bolocco, uma “edição limitada” do pandoro de Natal a mais de nove euros cada, ao invés dos quatro euros habituais. As embalagens da edição limitada incluíam o nome do hospital pediátrico Regina Margherita, em Turim, deixando implícito que as vendas reverteriam a favor do hospital. E p mesmo ocorreu no ano de 2021 com ovos da Páscoa com uma alusão na embalagem à instituição I Bambini delle Fate. Desde então, Chiara Ferragni, já pagou mais de um milhão de euros à Autoridade Garante da Concorrência e do Mercado de Itália e o fabricante de bolos Bolocco pagou uma multa de 420 mil euros. A influencer também já fez diversos donativos para a caridade para tentar mitigar danos desta tempestade mediática ou como é conhecida em Itália, o Pandorogate. A próxima audiência está marcada para 5 de dezembro e espera-se uma sentença em meados de janeiro. Pedem também a mesma condenação a Fabio Damato, diretor da Fenice, a empresa que detém as várias marcas de Chiara. Francesco Cannillo, proprietário da Cerealitalia, que produziu os bolos, também arrisca pena de um ano.
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