Hospitais venezuelanos: "Não há água", "não use a casa de banho"
Há poucos médicos, medicamentos e utensílios. Faltam agulhas, pensos e higiene. Com a greve dos funcionários dos hospitais, é cada vez mais difícil oferecer serviços mínimos aos pacientes.
O sistema de saúde é uma das grandes vítimas da hiperinflacção que se vive na Venezuela, que pode chegar aos 1,000,000%. Com médicos a fazerem greve a exigir um maior salário - há quem receba por mês cinco milhões de bolívares, quando um pacote de ovos custa quatro milhões -, é cada vez mais complicado oferecer serviços mínimos aos pacientes.
De acordo com uma reportagem da Sky News, que documentou o estado decadente do sistema de saúde venezuelano em plena crise de hiperinflacção, há poucos médicos, medicamentos e utensílios médicos, como agulhas.
Só o hospital San Cristobal, no estado de Tachira, está a aceitar casos de emergência - e não está a saber lidar com a quantidade de casos. A estação britânica dá o exemplo de César Torres, um menino de 9 anos que foi para as emergências com diarreia, mas que dentro do hospital desenvolveu outras infecções. Quando os jornalistas da Sky News o viram, era o seu 66.ª dia no hospital, após dois meses nos cuidados intensivos à beira da morte.
Não há quem limpe o hospital, por isso não há higiene. "Vimos moscas por toda a parte e quem tem de cuidar dos doentes são os respectivos familiares", lê-se na reportagem. Aliás, o hospital não tem pensos para oferecer aos seus pacientes - se o doente não tem dinheiro, não consegue comprar um simples penso.
"8% dos pacientes que estavam com o meu filho nas emergências morreram", disse o pai de César Torres à Sky News. "Há tantos factores por culpar por esta situação... social, económica, política...", acrescentou.
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