Secções
Entrar

Birmânia nega abusos das forças de segurança contra os rohingya

07 de agosto de 2017 às 07:58

As autoridades birmanesas não reconhecem cidadania aos rohingya - minoria muçulmana apátrida considerada pelas Nações Unidas como uma das mais perseguidas do planeta

As autoridades da Birmânia negaram ter cometido crimes contra a humanidade durante a operação militar, levada a cabo no ano passado no oeste do país, contra a minoria muçulmana rohingya, como denunciaram as Nações Unidas.

Uma investigação governamental sobre a campanha iniciada pelo exército birmanês, após o assalto armado de Outubro que causou a morte de nove guardas fronteiriços, concluiu que as forças de segurança não cometeram abusos contra essa minoria.

O exército birmanês respondeu ao ataque, atribuído a um grupo rebelde rohingya, com uma operação de segurança que levou pelo menos 74 mil rohingya a fugir para o Bangladesh, tendo a ONU e outras organizações denunciado inúmeros abusos contra a população civil, incluindo assassínios, violações e queima de casas.

O vice-presidente da Birmânia, Myint Swe, afirmou que não existem provas de crimes contra a humanidade ou de uma limpeza étnica, como foi alegado, ao apresentar, este domingo, o resultado da investigação levada a cabo pelo seu governo, noticia hoje o diário estatalGlobal New Light of Myanmar.

Myint Swe rejeitou assim a denúncia que consta de um relatório, de Fevereiro, do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, que levou à criação de uma comissão de inquérito à qual as autoridades birmanesas vetaram acesso ao país.

O relatório da comissão governamental birmanesa acusou a investigação da ONU de exagerar no número de mortos, feridos e danos causados pelas forças de segurança; e repreendeu-a por não dar mais importância aos prejuízos causados pelo ataque rebelde.

Mais de um milhão de rohingya vivem no estado de Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária que provocou, em 2012, pelo menos 160 mortos e deixou ainda aproximadamente 120 mil membros daquela comunidade confinados em 67 campos de deslocados, onde vivem diversas restrições, nomeadamente privação de movimentos.

As autoridades birmanesas não reconhecem cidadania aos rohingya - minoria apátrida considerada pelas Nações Unidas como uma das mais perseguidas do planeta.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela