Biden pede fim à guerra em Gaza e na Ucrânia no último discurso na ONU
Numa intervenção onde apelou à paz, não deixou de apontar aqueles que considera serem os culpados destes dois conflitos: Putin e Hamas. Terminou com uma mensagem de esperança: "As coisas podem melhorar".
Joe Biden falou pela última vez como presidente dos Estados Unidos na sede das Nações Unidas. Numa mensagem em que destacou os vários conflitos que assolam o mundo, em particular os conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia, Biden deixou uma mensagem de apelo à paz e ao consenso naquele que será um dos seus últimos discursos globais depois de uma carreira de mais de meio século na política ativa.
O presidente norte-americano endereçou os líderes mundiais reunidos em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, para a 79ª Assembleia Geral, apelando à unidade e paz. Destacou a situação no Médio Oriente e na Ucrânia, avisando contra as reações "desesperadas".
A situação no Médio Oriente
Biden lembrou as vítimas da guerra na Faixa de Gaza, não deixando de apontar o dedo àquele que considera ser o responsável pela situação: "Ninguém pediu esta guerra iniciada pelo Hamas", afirmou o presidente norte-americano, desejando aos palestinianos um futuro livre da influência do grupo apoiado pelo Irão. "O mundo não pode esquecer o que sucedeu a 7 de outubro. Tem a responsabilidade de garantir que não se repete. Não se pode invadir um estado soberano e matar tanta gente", disse Biden. Joe Biden mencionou as centenas de mortos civis vítimas do ataque do Hamas a Israel e as dezenas de pessoas sequestradas então. "Encontrei-me com as famílias desses reféns", acrescentou. "Estão a viver um inferno".
Não deixou, no entanto, de lembrar as famílias palestinianas que têm sofrido com a resposta de Israel. "Também os civis inocentes em Gaza estão a viver um inferno. Milhares e milhares mortos, incluindo trabalhadores humanitários. Demasiadas famílias deslocadas, amontoadas em tendas, perante uma situação humanitária terrível", lamentou o democrata que apelou a uma acordo de paz entre ambas as partes.
"Chegou a hora para as partes concluírem os termos, fazer regressar a casa os reféns e garantir a segurança para Israel e Gaza", concluiu, apontando a hipótese da criação de dois estados, "com pleno reconhecimento".
Invasão da Ucrânia
No discurso, o presidente norte-americano até janeiro prometeu prosseguir com o apoio à Ucrânia até à vitória na guerra, apesar de haver sinais de que caso Donald Trump vença as eleições de novembro, o apoio à nação europeia possa ficar comprometido.
"Os nossos aliados e parceiros NATO e mais de 50 nações ergueram-se [contra a Rússia]", referiu Biden, lembrando que apoiaram "o povo ucraniano" na sua luta contra Vladimir Putin. "Mas não podemos baixar os braços", avisou Biden.
"As boas notícias são que a guerra de Putin falhou, assim como o seu objetivo fulcral", defendeu o democrata, lembrando que a "Ucrânia continua livre" e que a NATO está "maior, mais forte, mais unida do que nunca", lembrando a adesão da Finlândia e Suécia.
Última mensagem
Em jeito de despedida, Biden recordou os diversos conflitos a que assistiu enquanto participou na política ativa, e especificamente a guerra do Vietname, que dominou o início da sua vida política, há mais de 50 anos.
"As coisas podem melhorar" assegurou, numa mensagem esperançosa. "Enquanto líderes, não nos podemos dar ao luxo" de "reagir com desespero" perante as dificuldades que o mundo vive.
"Talvez por tudo o que vivi e tudo o que fizemos juntos aos logo de décadas, tenho esperança", acrescentou. "Sei que existem caminhos de progresso", sublinhou.
"Nunca se esqueçam, estamos aqui para servir o povo, não o inverso", terminou o presidente norte-americano. "Porque o futuro, o futuro, será ganho por aqueles que libertarem o pleno potencial do seu povo para respirar livremente, para pensar livremente, para inovar, para educar, para vier e amar às claras, sem medo", acrescentou.
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