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Balas usadas no assassinato do CEO da UnitedHealth tinham palavras escritas

Luana Augusto 05 de dezembro de 2024 às 17:55

Projéteis que mataram Brian Thompson tinham três palavras escritas, podendo tratar-se, segundo o jornal New York Post, de uma mensagem de ataque à "indústria de seguros de saúde".

As balas usadas noassassinato do CEO da UnitedHealth, Brian Thompson, e que foram encontradas no local do tiroteio, junto a um hotel em Midtown, Nova Iorque, continham uma mensagem. A revelação foi feita esta quarta-feira pela polícia local aoNew York Post

REUTERS/Shannon Stapleton

De acordo com o jornal, as autoridades estão agora a investigar as balas com as palavras "negar", "depor" e "defender" (delay, deny, defend, no original), que parecem ter ligações a um livro. Fontes citadas pelo New York Post sugerem que o assassino pode ter deixado uma mensagem. O jornal acrescenta que se tratarão de "possíveis ataques à indústria de seguros de saúde, na qual Thompson era um dos líderes mais poderosos".

Segundo o New York Post, estas mensagens são semelhantes às que constam num livro de 2010, que condena o negócio dos seguros de saúde. O jornal refere-se à obra Delay, Deny, Defend: Why Insurance Companies Don't Pay Claims and What You Can Do About It, de Jay M. Feinman. Contudo, o autor do livro não quis comentar.

A polícia conseguiu recuperar três cartuchos de 9 milímetros, que terão sido usados contra Thompson, e segundo o tabloide nova-iorquino, que analisou as imagens de vigilância do local, o atirador usava uma máscara e parecia usar também um silenciador. "Parecia um atirador experiente", concluiu o jornal.

NYPD News/Handout via REUTERS

O suspeito foi visto do lado de fora do hotel de luxo, antes de ter disparado "calmamente vários tiros, fazendo com que Thompson tropeçasse e desmaiasse". A arma terá até emperrado, mas o assassino "conseguiu libertá-la, mostrando que era um atirador habilidoso, e continuou a disparar enquanto a vítima tentava rastejar para longe, desamparadamente", escreve o jornal ao citar fontes e depois de ter analisado imagens. 

Após o ataque, o suspeito correu para um beco e com a ajuda de uma bicicleta elétrica dirigiu-se até ao Central Park - onde a cobertura das câmaras de vigilância era irregular. Apesar disso, o assassino pode ter cometido alguns erros, que podem ajudar agora as autoridades a chegar até ele. 

Segundo o New York Post, o suspeito comprou um café, uma garrafa de água e duas PowerBars num Starbucks, antes de ter cometido o crime. A garrafa de água e o copo de café foram deitados num caixote do lixo. 

Além disso, os investigadores também já conseguiram descobrir um telemóvel num beco, perto de Hilton, que acreditam pertencer ao assassino. A polícia, entretanto já obteve um mandado de busca para aceder ao conteúdo do dispositivo. 

A ex-mulher de Thompson, Paulette Thompson, de 51 anos, já havia confirmado ao canal NBC News, horas após o assassinato, que o CEO chegou a receber "algumas ameaças". Paulette acredita que o que motivou o assassinato foi algo ligado ao trabalho do marido.  "Não sei os detalhes. Só sei que ele disse que algumas pessoas o estavam a ameaçar", disse. 

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