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Atentado suicida em comício político faz 13 mortos no Paquistão

Lusa 03 de setembro de 2025 às 09:34

Explosão ocorreu perto de um cemitério, onde estavam reunidos centenas de membros do Partido Nacional do Baluchistão.

Pelo menos 13 pessoas morreram e 30 ficaram feridas após um bombista suicida se ter feito explodir num comício político baluchi no sudoeste do Paquistão, de acordo com um novo balanço divulgado esta quarta-feira.
Paquistão: atentado suicida durante comício político faz 13 mortos AP Photo/Arshad Butt
Waseem Baig, porta-voz de um hospital governamental em Quetta, capital da província do Baluchistão, disse que o hospital recebeu 13 corpos e dezenas de feridos, alguns em estado crítico. O chefe da polícia local, Majeed Qaisrani, disse que a explosão ocorreu perto de um cemitério junto a um estádio, nos arredores de Quetta, onde estavam reunidos centenas de membros do Partido Nacional do Baluchistão (BNP). Partes do corpo do bombista suicida foram recuperadas, disse Majeed Qaisrani. O balanço inicial apontava para 22 mortos e 40 feridos, segundo duas autoridades governamentais que falaram sob anonimato, citadas pela agência de notícias France-Presse (AFP). Até ao momento, ninguém assumiu a responsabilidade por este ataque. O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, responsabilizou "terroristas apoiados pela Índia e os seus facilitadores" pelo ataque, sem apresentar provas para sustentar a alegação. Nos últimos meses, o Governo paquistanês e o ministro-chefe do Baluchistão, Sarfraz Bugti, têm acusado frequentemente a Índia de apoiar tanto os talibãs paquistaneses como os separatistas baluchis, acusação que Nova Deli nega. Também na terça-feira, 11 soldados e paramilitares foram mortos noutros ataques, no Baluchistão e em Khyber-Pakhtunkhwa (noroeste). Neste último, seis soldados foram mortos num ataque a um quartel-general de tropas paramilitares, revelou o exército, num ataque reivindicado por um pequeno grupo ligado aos talibãs paquistaneses. O BNP afirma ser o defensor da minoria baluchi, que se sente desfavorecida nesta província que faz fronteira com o Irão e o Afeganistão, rica em minerais e hidrocarbonetos, mas a mais pobre do Paquistão. No Baluchistão, oficialmente, 70% da população é pobre, embora o subsolo contenha alguns dos maiores depósitos minerais inexplorados do mundo, e os megaprojectos, particularmente os da China, gerem receitas significativas. Esta região, onde uma insurgência armada prospera neste solo fértil, registou o maior aumento de violência no Paquistão em 2024, um aumento de 90%, resultando em 782 mortes, de acordo com o Centro de Investigação e Estudos de Segurança, sediado em Islamabade. Desde 01 de janeiro, de acordo com uma contagem da AFP, mais de 430 pessoas, a maioria membros das forças de segurança, foram mortas em atos de violência perpetrados por grupos armados que lutam contra o Estado, no Baluchistão e na província vizinha de Khyber-Pakhtunkhwa. O ano de 2024 foi o mais mortífero em quase uma década no Paquistão, com mais de 1.600 mortes, quase metade das quais soldados e polícias, de acordo com o Centro de Investigação e Estudos de Segurança.
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