Secções
Entrar

António Costa adverte que usar restrições à exportação como "arma" contradiz comércio aberto e justo

Lusa 23 de novembro de 2025 às 13:19

Presidente do Conselho Europeu abordou o tema na reunião do G20.

O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, advertiu este domingo em Joanesburgo que utilizar as restrições à exportação nas cadeias de abastecimento como "uma arma" contradiz qualquer reivindicação de comércio aberto e justo, bem como a defesa do sistema multilateral.
António Costa, presidente do Consleho Europeu AP
"À medida que as cadeias de abastecimento atravessam poucas jurisdições, as interrupções ou restrições à exportação ameaçam a transição verde e a competitividade das nossas indústrias", afirmou Costa na cimeira dos líderes do G20, em Joanesburgo. "Converter essas restrições numa arma, como vimos nas últimas semanas, contradiz qualquer reivindicação de comércio aberto e justo ou de defesa do sistema multilateral", destacou. O mandatário sublinhou que os minerais críticos são "essenciais" para a segurança económica e nacional, tanto dos países desenvolvidos como dos países em desenvolvimento, e alertou que, à medida que a transição para fontes de energia limpa "continua a acelerar", a procura por minerais-chave "disparará". "Esta é uma enorme oportunidade, mas também um grande risco. A produção desses minerais está altamente concentrada", considerou. Neste contexto, Costa lançou uma mensagem direta: "Se alguns países não desejam ser vistos como parceiros confiáveis, tomamos nota e continuaremos a diversificar e reduzir os riscos das nossas cadeias de fornecimento". Estas declarações chegam na véspera da reunião dos ministros do Comércio da União Europeia (UE) em Bruxelas, onde preveem trocar impressões sobre o estado dos laços comerciais com a China e perspetivas futuras, depois de Pequim ter anunciado novos controlos às exportações de terras raras e, posteriormente, ter suspendido aquela medida por um ano. Costa afirmou que, para os países africanos, os minerais críticos representam "uma tremenda oportunidade". Ao aproveitar as suas grandes reservas - explicou - podem impulsionar as suas economias, desenvolver cadeias de valor nacionais e desempenhar "um papel central" no fornecimento de materiais para tecnologias de energia limpa, como veículos elétricos e painéis solares. "Ao construir colaborações estratégicas que priorizem o valor acrescentado local, as nações africanas podem explorar a sua riqueza, evitando o regresso do risco da maldição dos recursos", assegurou. Os líderes adotaram no sábado uma declaração que defende a "cooperação multilateral" e inclui resoluções sobre mudanças climáticas, minerais críticos, sustentabilidade da dívida e o compromisso de trabalhar pela paz em conflitos de acordo com a Carta da ONU. O documento prevê a adoção de uma estrutura para minerais críticos, definida como "um roteiro voluntário e não vinculativo" destinado a garantir que os recursos de minerais críticos se tornem um "motor de prosperidade e desenvolvimento sustentável".
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela