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Adak, Alasca. O último a votar nos EUA vive bem perto da Rússia

Gabriela Ângelo 05 de novembro de 2024 às 19:45

Numa ilha localizada mais perto da fronteira com a Rússia do que com o Alasca Continental e a cerca de 6.500 quilómetros de distância da Casa Branca, a pergunta não é quem vai vencer no dia das eleições, mas sim quem vai ser o último a votar.

Um habitante de Adak, no estado do Alasca, vai receber o título de último eleitor a ir às urnas, uma tradição que se estende há 12 anos. "As pessoas divertem-se naquele dia porque, na realidade, toda a gente sabe que a eleição fica decidida muito antes de nós fecharmos", disse Layton Lockett, administradora municipal, à Associated Press (AP). O último local de voto do país a encerrar, e o único que ainda se encontra aberto até há uma da manhã EST (seis da manhã em Lisboa), já foi uma base militar durante a II Guerra Mundial e fica localizado mais a oeste do que o Havai, cujas urnas encerram uma hora antes.

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Foto: AP
Foto: AP
Foto: AP

Em 2012, o título de última eleitora foi atribuído a Mary Nelson, quando a comunidade de cerca de 100 pessoas escolheu votar antecipadamente em vez de ir às urnas. Ela era uma funcionária eleitoral, o que significou que o seu momento histórico foi de curta duração. "Quando eu abri as cortinas para sair, a presidente da câmara tirou-me uma fotografia e anunciou que tinha sido a última pessoa em Adak a votar. Ainda haviam alguns votos para contar e eles estavam à nossa espera em Nome para anunciarmos a contagem", disse ela.

AP Photo/Ted S. Warren

A base militar encerrou em 1997, mas enquanto esteve em funcionamento, Adak contava com cerca de 6 mil residentes. No entanto, o censo de 2020 contou apenas 171. A administradora municipal Layton Lockett diz que agora devem haver menos de 50 residentes a tempo inteiro. A falta de população e uma economia cada vez mais parada contribui para que a cidade esteja a enfrentar tempos difíceis. 

Apesar de existirem territórios americanos mais a oeste do que a Alasca, não existe um processo de colégio eleitoral que permita aos residentes em Guam, no norte das ilhas Marianas, na Samoa Americana e nas Ilhas Menores Distantes dos Estados Unidos, votarem nas eleições presidenciais. 

A ilha fica a cerca de 6.500 quilómetros de distância da Casa Branca, e muito mais perto da Rússia: situa-se a 1.200 quilómetros a este de Nikol'skoe, uma ilha que já é território russo. 

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