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A guerra chegou aos manuais escolares da Rússia

Luana Augusto com Leonor Riso 10 de agosto de 2023 às 07:00

Livro vai começar a ser utilizado por alunos do secundário em setembro. O objetivo é elucidar as crianças sobre a importância da invasão russa da Ucrânia.

"História da Rússia, 1945 - início do século XXI" é o nome do novo manual escolar que vai passar a ser utilizado em setembro nas escolas secundárias russas. O livro, que se dirige aos alunos do ensino secundário entre os 17 e os 18 anos, apresenta vários argumentos a favor da guerra contra a Ucrânia.

O objetivo, segundo excertos do livro divulgados nos meios de comunicação social russos, é que os jovens aprendam que se Vladimir Putin não tivesse iniciado a guerra contra a Ucrânia, a civilização humana chegaria ao fim.

De acordo com o canal britânico BBC, a Ucrânia é descrita como um país agressivo por ser dirigido por extremistas manipulados pelo Ocidente. Como tal, é referido que caso tivessem aderido à NATO e "provocado um conflito na Crimeia ou no Donbass", a Rússia iria ser forçada a combater a NATO. "Isso possivelmente seria o fim da civilização. Não podia acontecer", lê-se.

Ao longo do livro são criticadas as sanções ocidentais impostas à Rússia, vistas como tentativas de "destruição da economia" que "violam todas as normas do direito internacional" . O país apresenta-se então como uma vítima que foi arrastada para vários conflitos.

Para a Rússia, o objetivo do Ocidente é espalhar aquilo a que chamam de "russofobia" e assumir assim o controlo das riquezas minerais do país.

Além da invasão da Ucrânia que se iniciou em fevereiro de 2022, o manual redigido em apenas cinco meses irá abordar também outros eventos recentes. O ataque que a Rússia fez à Ucrânia em 2014, que resultou na invasão da Crimeia, é um dos momentos que vai estar registado nesta obra.

Apesar de a BBC referir que o livro, da co-autoria do antigo ministro da Cultura Vladimir Medinsky, está repleto de "falsidades" e de "manipulações", o livro contraria esta afirmação ao dizer que "as redes sociais e os media ocidentais" é que "espalharam informações falsas com muito entusiasmo".

YURI KADOBNOV/AFP via Getty Images
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