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Meloni nega acordo com a SpaceX de Elon Musk após polémica

Luana Augusto 09 de janeiro de 2025 às 16:16

Primeira-ministra garante estar apenas a avaliar o sistema de telecomunicações do bilionário - isto porque o país está a enfrentar um dilema sobre a forma como pode proteger as suas comunicações sensíveis.

A primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, negou esta quinta-feira (9) um potencial acordo com Elon Musk para usar a Starlink, a maior constelação de satélites, para fornecer comunicações seguras ao país.

O desmentido surgiu após uma polémica, onde o diário Corriere della Sera, ao citar a Bloomberg, noticiou que a "Itália está em conversações avançadas com a SpaceX de ElonMusk para fornecer telecomunicações seguras ao governo do país". Apesar de a primeira-ministra italiana ter negado qualquer conversação com o bilionário, admitiu que estava a estudar um possível contrato com a empresa, por motivos de interesse nacional. Os rumores surgiram depois da governante ter estado num jantar com Donald Trump, no fim de semana passado, na sua residência de Mar-a-Lago.

Segundo Georgia Meloni, Itália enfrenta atualmente um dilema sobre a forma como pode proteger as suas comunicações sensíveis. Isto acontece uma vez que é obrigada a escolher entre duas soluções que não são propriamente as melhores.

"Se esta informação cair nas mãos erradas amanhã, o governo é responsável, por isso, não posso fingir que o problema não existe", defendeu a primeira-ministra, na tradicional conferência de imprensa que marca o final do ano.

Apesar de toda a controvérsia, Meloni garante que não se vai deixar influenciar por amizades ou opiniões políticas, referindo-se em parte a Elon Musk, o dono da Tesla com quem mantém uma boa relação. "Estamos simplesmente na fase de investigação e é por isso que não entendo todas estas acusações que têm sido feitas", justificou. 

E questionou: "O problema da SpaceX é facto de se tratar de uma empresa privada ou as ideias políticas de Elon Musk?"

Avaliado em 1,5 milhões de euros, e repartido por cinco anos, este projeto tem sido amplamente criticado pelos partidos da oposição, que questionam se o tratamento de informação sensível deve ser confiado a uma empresa como a de Elon Musk. Apesar disso, Itália diz estar apenas a avaliar a utilização do sistema de telecomunicações do bilionário, de modo a entender se poderia ser capaz de fornecer comunicações seguras entre o governo, diplomatas italianos e funcionários da Defesa, que operam em zonas sensíveis do Mediterrâneo.

Segundo a agência noticiosa Reuters, estes serviços seguros oferecidos por Elon Musk seriam uma solução mais imediata do que a constelação de satélites IRIS2 da União Europeia (UE). Ao que parece, o conjunto europeu multi-órbita de mais de 280 satélites está a enfrentar custos excessivos e problemas de financiamento, não sendo, por isso, esperado que a sua implementação total ocorra antes do final de 2030.

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