“Arriscámos, fizemo-lo e fomos felizes.” Assim descrevem Pedro Gil e Raquel Castro a experiência de se lançarem à produção de uma versão ficcional dos seus primeiros cinco anos como pais de uma menina, uma peça que estreou no D. Maria II em 2016 e a que chamaram Terreno Selvagem – uma referência ao período indomável da infância e às latitudes desconhecidas da parentalidade, mas também à ideia de dar conta da existência de um espaço interior que não se pode alcançar, mas se depreende. “Hemingway dizia que o que escrevia era a ponta de um icebergue, uma pequena parte de um grande corpo que não se vê, e a peça é também sobre isso”, explica Miguel Castro Caldas, o dramaturgo, que trouxe as suas próprias experiências como pai e uma “perspetiva diferente à experiência mais pessoal” de Pedro e Raquel.