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Os bancos "limpam" o malparado – mas alguém cobra as dívidas

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 23 de novembro de 2019 às 08:00

Enquanto a banca continua a ser pressionada para reduzir o crédito malparado, os fundos que compram essas dívidas entregam a cobrança a empresas que agem sem regulação – e que podem telefonar aos devedores até 10 vezes por dia.

O governador do Banco de Portugal afirmou, esta sexta-feira, que os bancos "terão de ser mais ambiciosos" na redução dos "activos não produtivos" – ou seja, têm que reduzir o crédito malparado e de se desfazer de outros activos problemáticos mais rapidamente. Também o gestor António Horta Osório, presente numa conferência que reuniu hoje os presidentes dos principais bancos, elogiou a redução do malparado. Mas o que significa esta "limpeza" de que falam o regulador e os gestores da banca? A maior parte das dívidas más são vendidas a desconto – e depois cobradas por quem compra. A SÁBADO recupera um artigo publicado há exactamente um ano sobre a indústria fervilhante da compra e venda de malparado – onde a cobrança é uma actividade não regulada.

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