Sábado – Pense por si

O refugiado que chegou em Executiva

Ana Taborda
Ana Taborda 15 de junho de 2017 às 10:00

Fez o curso de empreendedorismo numa tenda e ajudou sírios a trabalhar, fosse a fazer queijo ou no Booking

Compra um fato bom, com estilo, não arranjes um barato, disse-lhe o contrabandista. E ele assim fez. "Também comprei sapatos novos, uma pasta, tive de ir a um centro comercial [tratar disso], a ideia era parecer um homem de negócios", conta à SÁBADO Jay Asad. Para dar (ainda) mais credibilidade ao disfarce, deixou a Grécia num voo em classe executiva; quando aterrou em Amesterdão continuou a andar, sempre; telefonou ao irmão assim que saiu do aeroporto e juntou-se a ele numa praça da cidade; depois procurou um hotel para passar a noite. A fuga deste refugiado sírio nunca foi interrompida. "Estava habituado a aeroportos e isso ajudou muito, a minha linguagem corporal não pareceu estranha. Sei onde me sentar, como falar." Fato, sapatos, pasta – o preço estava incluído no custo total da viagem que o levou até à Holanda, onde vive desde 2015.

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