Sábado – Pense por si

A vitória da rolha contra os vedantes artificiais

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 19 de novembro de 2017 às 16:00

Portugal esteve em risco de perder o mercado em que é líder mundial, mas a maré mudou. A ciência foi crucial. A China e a tendência bio ajudaram.

Em 2002 houve um funeral na estação central de comboios de Nova Iorque. De dentro de um carro funerário, ao som de um triste solo de trompete, saiu um caixão onde ia um boneco de cortiça chamado Thierry Bouchon, uma aproximação ao termo francês para saca-rolhas (tire-bouchon). Era o funeral da rolha de cortiça. Coube à influente guru de vinhos Jancis Robinson dizer as últimas palavras. "Ó cortiça, ó cortiça, ó corticinha, corticinha. Como iremos sentir a falta da tua cilíndrica e corticenta majestade…" A brincadeira, encenada por um grande produtor de vinhos da Califórnia desiludido com os problemas das rolhas de cortiça, não tinha graça para os monopolistas mundiais das rolhas. Para a indústria portuguesa era mais um sinal de que não era só esse monopólio que estava em risco - era todo o negócio. "Estávamos assustadíssimos sobre o que iria acontecer", admite à SÁBADO António Rios Amorim, presidente da maior empresa no sector, a Corticeira Amorim.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais