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Trabalhadores independentes recebem pensão de reforma 20% mais baixa

27 de novembro de 2019 às 10:36

A OCDE sugere a tomada de medidas que mitiguem as desigualdades na cobertura social entre trabalhadores, referindo que a definição de um rendimento mínimo para descontos permitiria eliminar alguns dos problemas.

O valor das pensões que os trabalhadores independentes recebem quando se reformam é, em média, 20% inferior ao dos trabalhadores por conta de outrem, segundo aOrganização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico(OCDE). No seu estudo o "Panorama das pensões 2019", divulgado esta quarta-feira, a OCDE dedica um capítulo às formas de trabalho atípicas - onde se incluem trabalhadores independentes, ocasionais, a prazo, em 'part-time' ou de plataformas digitais como a Uber -, acentuando que estas colocam "desafios" às pensões.

"Existe um grande grau de incerteza sobre como será o futuro do mercado de trabalho, mas é possível que venha a verificar-se um aumento do número de trabalhadores atípicos", refere o relatório, acentuando que, "enquanto o mercado de trabalho pode mudar rapidamente, as respostas políticas, sobretudo na área das pensões, são muitas vezes difíceis [de tomar] e pode ter de passar bastante tempo até que surtam efeito".

O "Panorama das pensões 2019" refere que, em 15 países da OCDE, as pensões de reforma recebidas pelos trabalhadores independentes são em média 22% mais baixas do que a dos trabalhadores por conta de outrem, havendo países em que esta diferença ultrapassa os 30%. Neste contexto, o "Panorama das pensões 2019" sugere a tomada de medidas que mitiguem as desigualdades na cobertura social entre uns e outros trabalhadores, referindo que a definição de um rendimento mínimo para efeitos de desconto para as pensões permitiria eliminar alguns dos problemas que os trabalhadores atípicos enfrentam no acesso à pensão.

"Reformas nos sistemas de pensões que mitiguem as disparidades entre os trabalhadores 'standard' e os atípicos em termos de cobertura, contribuições e direitos, asseguraria uma proteção mais justa e reduziria as igualdades, ao mesmo tempo que facilitaria a mobilidade entre os dois tipos de trabalho", refere o estudo. Para a OCDE, regras de cobertura nas pensões iguais entre um e outro tipo de formas de trabalho, também ajudariam a contribuir para "limitar os incentivos financeiros que trabalhadores e empregadores possam ter" no recurso às formas de trabalho atípicas.

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