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Privatização da EDP há cinco anos abriu as portas ao investimento chinês

18 de fevereiro de 2017 às 15:07

A China Three Gorges (CTG) entrou na EDP em 2012, no âmbito do processo de privatização da eléctrica, num movimento que abriu as portas ao investimento chinês em Portugal em áreas tão diversas como banca ou media

A China Three Gorges (CTG) entrou na EDP há cinco anos, no âmbito do processo de privatização da eléctrica, num movimento que abriu as portas ao investimento chinês em Portugal em áreas tão diversas como banca ou media.

Em 20 de Fevereiro de 2012, os accionistas da EDP oficializavam a entrada da CTG no Conselho Geral e de Supervisão, em assembleia-geral extraordinária, após a privatização da eléctrica portuguesa, na qual a empresa chinesa pagou cerca de 2,7 mil milhões de euros por 21,35%, tornando-se a maior accionista.

A entrada da CTG foi o 'pontapé' de saída para um fluxo de investimento chinês em Portugal, à 'boleia' de privatizações, já que o país serve de porta de entrada para a Europa e para os países de língua oficial portuguesa, isto sem falar na corrida às concessões de vistos 'gold'.

A EDP foi a primeira privatização a arrancar, durante o governo de Pedro Passos Coelho, em Dezembro de 2011.

Em Fevereiro de 2012, foi a vez da REN, com os chineses da State Grid a ficarem com 25% do capital, pagando 387 milhões de euros pela posição na empresa gestora das redes energéticas nacionais.

Posteriormente, a chinesa Fosun comprou a seguradora Fidelidade e a Espírito Santo Saúde, tendo no final de 2016 adquirido 16,7% do capital do Banco Comercial Português (BCP), por cerca de 174,6 milhões de euros para ser o seu maior acionista. Em Fevereiro, o grupo chinês reforçou a sua posição na instituição financeira para 23,92%, no âmbito de uma operação de aumento de capital.

Ainda no sector financeiro, em 2015, o Haitong Bank concluiu a compra do banco de investimento português BESI.

Antes, no início de 2012, o Banco Internacional e Comercial da China (ICBC) abriu o seu primeiro escritório em Portugal, em Lisboa, e, um ano depois, foi a vez do Bank of China escolher a capital portuguesa para abrir um escritório e um balcão de atendimento.

Mas não é só a banca que atrai os investidores chineses. Em Outubro passado, o grupo de Macau KNJ Investment Limited, fundado em 2012, assinou um memorando de entendimento com a Global Media Group (GMG), que prevê que a empresa macaense passe a controlar 30% da dona do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN) e da TSF, entre outros títulos, através de uma injeção de capital de 17,5 milhões de euros.

Com a concretização da operação, prevista para este ano, a macaense KNJ tornar-se-á na maior acionista da dona do DN.

Entre outros investimentos chineses em Portugal, destaca-se a inauguração, em Fevereiro de 2012, do centro tecnológico da empresa de telecomunicações Huawei em Lisboa, que representou um investimento de 10 milhões de euros, que se juntou aos 40 milhões de euros que a multinacional chinesa tinha investido no mercado português.

Também o sector imobiliário tem vindo a ser uma aposta de investidores chineses, liderando, por nacionalidades, a obtenção de vistos 'gold' em Portugal.

Desde que o programa de Autorização de Residência para a actividade de Investimento (ARI) arrancou, em 8 de Outubro de 2012, até final de Janeiro deste ano, foram atribuídos 3.154 vistos 'gold' a investidores de nacionalidade chinesa, de acordo com os dados estatísticos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

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