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Partilha de localização no Instagram é risco para privacidade e segurança

Lusa 07 de outubro de 2025 às 11:07

Apesar da função de localização estar desativada por predefinição, Cristiane Miranda explica que "muitas vezes os jovens experimentam muito e podem experimentar sem ter a noção do risco".

A nova funcionalidade do Instagram que permite descobrir conteúdos a partir da localização mais recente de amigos já está disponível em Portugal, embora represente um risco para a privacidade e segurança, alertam os responsáveis do projeto "Agarrados à Net".
Instagram AP Photo/Michael Dwyer, File
A nova função anunciada pela Meta é o "Instagram Map" que permite descobrir novos conteúdos a partir da localização mais recente de amigos e criadores de conteúdo favoritos. A atualização já está disponível em Portugal, mas a partilha de localização está desativada por predefinição, o que significa que o mapa só irá mostrar a localização dos utilizadores que a tenham ativado. Quando a atualização foi anunciada, em agosto, gerou várias dúvidas sobre a privacidade dos utilizadores. À época, a rede social explicou que a ativação desta função requer uma dupla verificação de consentimento, o que significa que, depois de os utilizadores optarem por partilhar a sua localização, a aplicação confirma se os próprios estão de acordo com os termos definidos. Agora, à agência Lusa, o co-fundador do projeto "Agarrados à Net", Tito de Morais explica que a nova funcionalidade traz alguns benefícios, uma vez que "pode aumentar o engajamento com as pessoas ou ajudar a encontrar negócios", tendo em conta a localização mais próxima. Já a co-fundadora Cristiane Miranda alerta para o risco da partilha de localização em tempo real. "Qualquer pessoa que está a partilhar a sua localização em tempo real está a pôr-se em risco", afirma a responsável. Além disso, "os jovens já têm muito a mania de partilhar as suas localizações até através do WhatsApp e outras redes sociais, por isso pode existir o risco de haver uma pressão social dos amigos". A co-fundadora salienta também o perigo da superexposição, a necessidade constante de partilhar o que se está a fazer, sem, por vezes, se diferenciar amigos de conhecidos. Apesar da função de localização estar desativada por predefinição, Cristiane Miranda explica que "muitas vezes os jovens experimentam muito e podem experimentar sem ter a noção do risco". Por sua vez, Tito de Morais remata que a pressão social se pode tornar em coação sobretudo perante crianças, pelo que é imperativo falar com as crianças e os jovens sobre os riscos que estas questões levantam. Cristiane Miranda refere que o lançamento do "Instagram Map" é "uma excelente oportunidade para se falar com os miúdos sobre as questões de privacidade, a importância de terem as contas privadas". A novidade da rede social Meta permite escolher se a partilha é feita com todos os amigos e seguidores, apenas com os "amigos chegados", uma lista que pode ser editada pelo utilizador ou ainda uma outra lista mais restrita em que o utilizador seleciona com quem pretende partilhar a sua localização. Além disso, à semelhança do TikTok, a rede social da Meta também passou a permitir a republicação de "reels" (vídeos curtos) e publicações, desde que tenham sido partilhados publicamente. Segundo a agência EFE, o Instagram conta com três mil milhões de utilizadores mensais em todo o mundo.
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