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Jerónimo defende que "sanções inaceitáveis devem ser recusadas"

10 de julho de 2016 às 09:04

Secretário-geral do PCP considera que, mesmo que Portugal não seja alvo de sanções, existem regras que deixam o País em constante ameaça. "Fica sempre o cutelo permanente das imposições, particularmente do Tratado Orçamental"

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não duvida que eventuais sanções europeias a Portugal são "inaceitáveis", referindo que existem regras da União Europeia que deixam o país perante um "cutelo permanente".

 

"As sanções são inaceitáveis e devem ser recusadas liminarmente. Mas, mesmo que as sanções fiquem pelo caminho, existem outras questões, como as regras que levam a essas sanções", disse Jerónimo de Sousa, em declarações à agência Lusa, durante uma visita às festas da Baixa da Banheira, na Moita, sábado.

 

Jerónimo de Sousa referiu que, mesmo que Portugal não seja alvo de sanções, existem regras que deixam o País em constante ameaça. "Fica sempre o cutelo permanente das imposições, particularmente do Tratado Orçamental. Sem rejeição destas regras, vamos estar sempre nesta situação de permanente ameaça e chantagem, o que é inaceitável", afirmou.

 

O secretário-geral do PCP considerou, posteriormente, a nomeação de Durão Barroso para o Goldman Sachs é "mais um exemplo da União Europeia dos dias de hoje", referindo que demonstra que o objectivo tem sido "servir o grande capital".

 

"É mais um exemplo da União Europeia que temos hoje, neste corrupio em que um grande grupo económico envia quadros para a União Europeia e a União Europeia depois devolve quadros para esse grupo económico. Sem pretender fulanizar, é demonstrativo que esta União Europeia serve o grande capital e que os dirigentes colocados nas instituições têm esse objectivo", disse.

 

Jerónimo de Sousa referiu que esta nomeação é "mais um caso dos muitos que temos vindo a verificar", explicando que não vê nenhuma vantagem para Portugal. "Durão Barroso já tinha um cargo, e Portugal foi fustigado com as imposições da União Europeia, não foi por ser português que tivemos a vida facilitada. Lembro-me de uma expressão de outros tempos, em que se dizia que Roma não paga a traidores, mas Roma pagou sempre a quem os serve. É apenas uma imagem, sem fulanizar, mas estas opções e esta fusão entre altos cargos e a direcção da União Europeia não ajudam a ética e a transparências nesses processos", concluiu.

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