Consórcio da DST com franceses ganha comboios de 746 milhões para a CP
A CP adjudicou a aquisição de 117 unidades automotoras elétricas ao agrupamento formado pela gaulesa Alstom e o grupo bracarense liderado por José Teixeira, cujo concurso tinha sido lançado pelo valor de 819 milhões de euros.
746.042.424,94 euros: foi por este valor que o consórcio formado pela francesa Alstom e o grupo português DST ganhou a adjudicação do fornecimento de 117 novos comboios para a CP, num concurso que tinha sido lançado pelo valor de 819 milhões de euros.
Em comunicado, a CP anunciou esta terça-feira a decisão de adjudicação do concurso para este projeto, que "promoverá o desenvolvimento e sustentabilidade do setor ferroviário no médio e longo prazo, sendo um marco fundamental na modernização e expansão do transporte ferroviário de passageiros em Portugal".
A compra compreende 62 unidades automotoras para o serviço urbano e 55 unidades automotoras para o serviço regional, "refletindo o compromisso da CP em responder às crescentes necessidades de mobilidade dos cidadãos, com soluções de transporte mais sustentáveis", acrescenta.
O consórcio da Alstom e DST tinha obtido em junho passado a melhor pontuação neste concurso, lançado em 2021, ficando à frente das propostas da alemã Stadler e da espanhola CAF, que contestaram então o relatório do júri.
Ainda este mês no Parlamento o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba justificou o atraso na adjudicação deste concurso - que prevê que os comboios sejam construídos em Portugal - com o risco de litigância.
"A CP está a tentar responder a todas as dúvidas e garantir robustez jurídica para minimizar a litigância", explicou então, acrescentando que a operadora ferroviária estava a fazer "um trabalho super minucioso" para diminuir a probabilidade de o processo ir parar aos tribunais, como aconteceu no concurso anterior para a compra de 22 comboios para o serviço regional da CP, que levou a um atraso de um ano.
A Alstom anunciou este mês, na apresentação de resultados, um plano para despedir 1.500 trabalhadores, vender ativos até mil milhões de euros, reduzir o endividamento além da possibilidade de realizar um aumento de capital devido a uma crise de liquidez.
No entanto, fonte oficial da fabricante de comboios francesa assegurou que estes planos, "divulgados aquando da comunicação dos resultados, não afetam os compromissos assumidos pela empresa com os seus clientes, nem as suas capacidades produtivas".
"Os objetivos da Alstom de crescimento em Portugal mantêm-se inalterados", acrescentou.
Edições do Dia
Boas leituras!