Secções
Entrar

Conselho de Finanças Públicas confirma défice abaixo de 1,4%

16 de janeiro de 2018 às 12:35

Entidade liderada por Teodora Cardoso justifica que o "fecho do ano melhor do que o estimado" se deve a um desempenho da receita fiscal e contributiva.

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) acredita que o défice orçamental de 2017 será inferior a 1,4% do PIB, devido ao aumento da receita com impostos e à menor despesa com juros, alinhando com as previsões do Governo.

1 de 2
Foto: Lusa
Foto: Lusa

No relatórioEvolução orçamental até ao final do terceiro trimestre de 2017, divulgado esta terça-feira, o CFP tem em consideração os resultados dos primeiros nove meses do ano (divulgados pelo INE) e a informação já conhecida sobre o último trimestre e antecipa "um défice interior a 1,4% do PIB no conjunto de 2017".

Para o Governo, é já ponto assente que o défice orçamental do ano passado será inferior à meta que foi revista com o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), de 1,5% para 1,4%, sendo que, na semana passada, o primeiro-ministro, António Costa, disse esperar que ronde os 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Esta terça-feira, o CFP alinha com a estimativa do Governo, ao dizer que o défice fica abaixo dos 1,4% do PIB, sem indicar valores, e sublinha que esta estimativa exclui o eventual impacto da operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que ainda está a ser avaliado pelas autoridades estatísticas nacionais e europeias.

A entidade liderada por Teodora Cardoso justifica que o "fecho do ano melhor do que o estimado" se deve a um desempenho da receita fiscal e contributiva acima do esperado pelo Ministério das Finanças e a menor despesa com juros.

Recorde-se que, no final de Setembro, o CFP projectou que o défice orçamental de 2017 representasse 1,4% do PIB. Em Outubro, quando apresentou o OE2018, o Governo melhorou também a sua estimativa para esse valor.

No entanto, afirma o CFP, o montante em concreto do défice do conjunto do ano, "só poderá ser estimado com mais precisão uma vez clarificada a incerteza ainda existente quanto ao impacto orçamental do apoio financeiro do Estado aos lesados do BES/GES, bem como em relação à classificação em contas nacionais de despesas relacionadas com os incêndios florestais".

Ainda assim, a entidade liderada por Teodora Cardoso, admite que o desempenho da receita fiscal e contributiva acima do esperado pelo Ministério das Finanças e a menor despesa com juros "sugerem margens capazes de acomodar eventuais desvios ao nível da receita não fiscal e não contributiva e da despesa primária, incluindo o impacto do diferente perfil de pagamento do subsídio de Natal".

Em 2017, metade do subsídio de Natal da Administração Pública foi pago em duodécimos e a restante metade em Novembro, pelo que esse impacto só será conhecido quando forem apuradas as contas do quarto trimestre.

A entidade tem em consideração também a "recuperação parcial" da garantia do Banco Privado Português (BPP), com a qual o Governo estimava reaver 450 milhões de euros. O Estado recuperou apenas 73 milhões de euros -- até ao terceiro trimestre - um valor "distante" do total previsto inicialmente, e, por isso, o CFP afirma que a meta do défice "será obtida com um contributo significativamente menor de receitas temporárias".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela