Nem desvirtuar a democracia, nem o orçamento
O Governo não fez choradinho com o impacto orçamental das propostas da oposição.
O Governo não fez choradinho com o impacto orçamental das propostas da oposição.
Entidades independentes encontraram uma receita discricionária não identificada de 590 milhões de euros na proposta de OE para 2026. Classificação das Finanças facilita cumprimento das regras de Bruxelas, mas CFP discorda.
No próximo ano, alívio ficará pelos 196 milhões de euros, nas contas do Governo. Mas o ministro das Finanças assegura que pretende manter a promessa de alívio acumulado de até dois mil milhões até ao final da legislatura.
Miranda Sarmento insistiu que a lei do OE2026 não aumenta qualquer imposto, incluindo o próprio ISP (cujas taxas são definidas por portaria, dentro de limites fixados na lei).
O Orçamento de Estado já foi aprovado em Conselho de Ministros e será discutido na generalidade no final do mês.
A dificuldade que o Orçamento encontrará é, mesmo, o seu equilíbrio.
A vilipendiada Segurança Social, "feita prá apanhar como na canção de Chico Buarque, está a bancar o excedente das contas públicas, com a ajuda dos vilipendiados imigrantes. A política tem riscos.
Segundo o relatório do Conselho das Finanças Públicas do total de horas de trabalho suplementar, 36% foram prestados por médicos (6,4 milhões de horas), enquanto os enfermeiros asseguraram 5,6 milhões de horas.
Faça-se o que se fizer, num país onde se ganha mal, baixar o IRS parece sempre bem. Foi aliás essa a política do Partido Socialista nos 8 anos em que governou.
O candidato presidencial afirmou que "não se pode andar a fazer propostas irrealistas, sob pena de depois se prometer uma coisa e não se conseguir realizar".
Estimativa continua ainda assim acima da meta do Governo, que inscreveu no Orçamento do Estado para 2025 um crescimento de 2,1%.
O ministro das Finanças disse ainda continuar com confiança de que, com o programa e medidas do Governo, será possível "impulsionar a produtividade e a competitividade da economia portuguesa, aumentando o PIB potencial.
O FMI antevê que o envelhecimento da população, o baixo investimento e os baixos ganhos de produtividade "mantenham o crescimento abaixo dos 2%" a médio prazo.
Consumo privado e investimento impulsionam as previsões da Comissão Europeia.
A previsão do CFP está praticamente em linha com a de 1,5% inscrita pelo anterior executivo no Orçamento do Estado para 2024.
Dois economistas apontam o que podia ter sido feito caso o excedente fosse detetado mais cedo, e deixam conselhos ao próximo Governo: continuar a baixar dívida.