Bolsas respondem à imprevisibilidade de Trump. Empresários pedem cautela
Os constantes anúncios de tarifas e rumores de recuos têm levado os mercados a perdas sucessivas. Empresários portugueses pedem à UE que responda de forma prudente.
A série de tarifas americanas que entrou em vigor esta quarta-feira mergulhou as bolsas asiáticas e europeias no vermelho. A taxa maciça de 104% imposta por Donald Trump sobre as importações chinesas é a principal responsável por esta queda e já levou a China a retaliar. A incerteza dos mercados face às decisões do presidente norte-americano tem deixado a bolsa bastante instável.
O Nikkei 225 do Japão caiu mais de 5% na abertura, enquanto o Taiwan liderou as perdas na Ásia, com o Taiex a cair 5,8%. Já na Europa, o DAX da Alemanha perdeu 2,1%, o CAC 40 de Paris caiu 2,1% e o PSI 20 em Portugal caía 2,04%.
Ao início desta tarde, a China anunciou a retaliação contra as tarifas de 104% e aumentou as suas tarifas para 84% sobre as importações dos Estados Unidos. Os mercados europeus, que já estavam em baixa, recuaram ainda mais após este anúncio. O índice FTSE 100, que reúne as maiores empresas listadas no Reino Unido, caiu 3,3%.
Nos Estados Unidos, na terça-feira, o S&P 500 caiu 1,6%, depois de ter eliminado um ganho inicial de 4,1%. Isto levou-o a ficar quase 19% abaixo do seu recorde estabelecido em fevereiro. O Dow Jones Industrial Average caiu 0,8%, enquanto o Nasdaq composite perdeu 2,1%.
A incerteza ainda é alta sobre até onde Donald Trump está disposto a levar esta guerra comercial e os mercados respondem a esta incerteza com volatilidade.
Empresários portugueses pedem "prudência"
Vários industriais portugueses estiveram reunidos na terça-feira com o ministro da Economia que chamou empresários para que se pronunciassem sobre a resposta que deve ser dada à política de taxas alfandegárias de Donald Trump, que entraram em vigor esta quarta-feira.
Segundo o jornal Público, os empresários consideram que a União Europeia (UE) não deve ficar calada perante a imposição destas tarifas, mas que deve, acima de tudo, defender os interesses de consumidores e empresas europeias. Os empresários lembraram ao ministro que enquanto as tarifas forem impostas pelos EUA, são os consumidores e empresas norte-americanos os mais afetados. Se a resposta europeia for a mesma, passam a ser as empresas e os consumidores europeus a pagar de imediato o agravamento das taxas alfandegárias na importação a partir dos EUA.
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